Dia 31 de Agosto, 1 e 2 de Setembro
Hoje aproveitamos a manhã para descansar e arrumar as nossas malas. Eu aproveitei também para fazer uma corridinha pela manhã, coisa que já não fazia à imenso tempo. Acontece que o dia estava quente e Joanesburgo está a cerca de 1600m de altitude! Correr aqui não é a mesma coisa que correr em Faro http://pt.wikipedia.org/wiki/Faro, junto ao mar. Para quem está habituado à altitude não deve fazer diferença, mas para quem “vem de baixo”, como eu, a coisa não é fácil. Consegui aguentar 20 minutos com um intervalo de 5 minutos a andar para recuperar o fôlego. Nada mau… Pena não ter tido a oportunidade de correr mais vezes aqui, porque com este treino, quando chegasse a casa, já devia aguentar no mínimo 2 horas.
Depois da viagem enorme que fizemos pela África do Sul, não podíamos deixar este país sem passarmos algum tempo com os imensos amigos que temos por cá. Sabíamos que o tempo não era muito e gostávamos de estar com muita gente, mas infelizmente já não nos restavam muitos dias. Quisemos aproveitar ao máximo a nossa deslocação (afinal não é todos os dias que vimos até ao sul de África) e por isso tivemos de fazer uma gestão muito apertada do tempo. Mas ainda assim conseguimos passar algum tempo com os amigos.
Nos três dias que nos restaram, fomos visitar muitos amigos, andamos de casa em casa. Fomos muito bem recebidos em todo o lado e sempre com banquetes à nossa espera. Chegou uma altura que já não sabíamos onde colocar tanta comida. Mas parece que aqui é costume receber as pessoas com uma mesa sempre farta.
Mudamos também de “residência”. Deixamos a zona de Risidale, onde mora o Daniel e a Cândida, e fomos para Dowerglen, para casa do Pedro e da Mila.
No Sábado fomos à igreja The Hill, de expressão portuguesa e durante o almoço estivemos com muitos amigos. Era então chegada a hora de voltar a arrumar as malas, pois no domingo tínhamos de voar de volta a Portugal.
Epílogo
No final desta aventura africana, com certeza que muito ficou por escrever. Foram tantos momentos que vivemos e alguns de forma tão intensa que se torna difícil transcrever. Vimos muitas realidades diferentes do que estamos habituados na Europa e em Portugal. Na África do Sul, vimos um país a duas velocidades. Não se trata de uma questão racial, mas sim social. Os extratos sociais mais abastados, contrastam com os mais desfavorecidos, mas cada um, independentemente da sua cor, credo ou raça, sabe o seu lugar na sociedade e pode almejar um nível de vida melhor.
Em Moçambique vimos um país a fervilhar de movimento, mas com infraestruturas paradas no tempo e muita pobreza. Por todo lado são muitas as evidências da ex-colónia Portuguesa que estão exatamente como foram deixadas depois de 1974. Parece que o passar dos anos não trouxe muito de novo a esta gente, para além da liberdade. Oxalá consigam compreender, que a primeira responsabilidade de um país, é suprir as necessidades dos seus cidadãos.
Agradecemos a todos os amigos que nos receberam e com quem tivemos oportunidade de passar algum tempo. A esta distância de Portugal, o carinho que tivemos fez-nos sentir como se estivéssemos em casa e por aqui podíamos ficar por muito mais tempo.
Concluo este relato lembrando que apesar dos preconceitos que muitas vezes existem para com este continente, as pessoas aqui também tem as suas vidas, os seus costumes e tradições. Não são nem melhores, nem piores do que os nossos. São simplesmente diferentes e é ai que reside a sua beleza e de onde surgiu o fascínio que os nossos antepassados tiveram por estas terras.
Da minha primeira visita a África, fica acima de tudo, a vontade de cá voltar!