Dia 1 – Estoi, Rabat
São 6 horas da manhã. Estamos todos enfiados no Patrol, malas até ao teto, prontos para arrancar para o norte de África.
A viagem até Tarifa decorreu de forma tranquila com o entusiasmo que é apanágio de quem começa mais uma aventura por terras estrangeiras.
Em Tarifa, enquanto esperávamos pelo outro carro da caravana, fomos tratar dos bilhetes para o barco. Aqui, ao contrário de Algeciras, os preços flutuam pouco e não há confusão com candongueiros. Só existem 2 companhias a fazer a travessia para a cidade marroquina de Tânger. Da última vez que fomos a Marrocos, atravessamos de Algeciras para Tânger-Med, um moderno porto entre Tânger e Ceuta. Assim que chegou o segundo carro, a caravana estava completa! Sendo no mínimo modesta para tal prosápia, o espírito do grupo ultrapassa em muito qualquer etimologia subjacente.
Comprados os bilhetes ao melhor preço que encontramos, lá embarcamos numa suposta viagem de 35 minutos. O estreito de Gibraltar há muito que nos esperava e depois de tantas promessas fracassadas de ir a Marrocos, não foi de espantar a forma como fomos recebidos nas outrora portas de Hércules. A princípio todos achamos piada à oscilação da embarcação, mas à medida que o ferry ganhava velocidade e os nós aumentavam, os semblantes foram mudando e em menos de nada estávamos todos nauseados. Alguns, já em estado crítico permaneceram praticamente imóveis durante todo o trajeto esperando por melhores dias, outros optaram por ir até ao exterior na esperança de que os ares do mediterrâneo atenuassem tal sofrimento e não deixassem chegar a vias de facto.
Chegados a Tânger e depois da burocracia típica na fronteira, passamos pelo banco para trocar Euros por Dirham e seguimos pela costa atlântica até Asilah, uma cidade que fora em tempos domínio Lusitano e que ainda hoje mantem uma fortaleza Portuguesa e muitos outros vestígios desse tempo. Passeamos pela inevitável medida junto à fortaleza com as suas casas típicas em tons de azul e branco. Compramos frutos secos a granel numa pequena loja local que tinha amendoins de vários “modelos” e almoçamos num restaurante local umas tagines para introduzir a cozinha tradicional.
Partimos para Rabat, onde já chegamos de noite. No centro da cidade encontramos um hotel para passar a noite. Aqui, como em qualquer outra cidade capital, o trânsito é caótico e é preciso porção redobrada de paciência para conduzir. Assim, na confusão de Rabat, terminou o primeiro dia da viagem.