De manhã, por volta das 8:30, vieram buscar-nos ao hotel num minibus para seguirmos para Sul com destino a Ha Long Bay. Ha Long Bay é uma das sete maravilhas naturais do mundo e está classificada como patrimônio da humanidade. A viagem desde Hanói dura três horas. Chegamos ao porto de Bay Chai à hora do almoço. Esperamos pelo capitão antes de embarcarmos. Apanhamos um barco pequeno que faz o transfer do porto para o barco de cruzeiro onde vamos passar os próximos dias. O barco de madeira tem uma altura de três andares e um aspecto já bastante “usado”. No salão servem-nos o almoço enquanto levantamos âncora e seguimos baía a dentro. A partir do porto já se consegue perspetivar o que vamos encontrar. Enquanto almoçamos passamos por vários rochedos que nos saúdam à entrada da baía. Depois do almoço vamos deixar os nossos pertences ao quarto 301, no último andar do barco.
A primeira paragem da viagem é numa das várias grutas existentes na baía, a Thiên Cung. O guia mostra-nos as principais curiosidades geológicas das várias galerias. Para além do interior da gruta, as vistas para a baía no exterior são fantásticas. Depois da gruta voltamos ao barco e seguimos viagem.
A próxima paragem é numa aldeia flutuante que faz lembrar a megaprodução cinematográfica dos anos 90, realizada por Kevin Costner, ” Waterworld”.
Estas comunidades vivem praticamente dentro de água e o seu único meio de subsistência é a pesca. Pequenos barcos circulam de um lado para o outro a vender vários produtos, como vegetais e legumes, bolachas e refrigerantes, entre outros. O guia explica-nos que hoje em dia já restam poucas comunidades destas na baía. O governo deu terra a estas pessoas para eles poderem retomar as suas vidas em terra firme com melhores condições de vida. As poucas comunidades que restam hoje dedicam-se principalmente ao turismo, levam os turistas a passear por cavernas e rochedos perto da sua aldeia.
Voltamos ao barco e seguimos rumo à zona onde vamos pernoitar. A viagem é deslumbrante! É difícil escolher um bordo para apreciar, já que tanto a estibordo como a bombordo há paisagens fantásticas. É um cenário surreal de rochas com vegetação que se erguem do mar e águas de cor turquesa. O barco desliza calmamente pelas águas da baía e quase que nem damos por isso. Sentamo-nos no deque superior, junto ao nosso quarto, a apreciar o espetáculo que a mãe natureza nos preparou.
Chegados ao local da pernoita, lançamos âncora e vamos ao mergulho. Ao início estava toda a gente algo apreensiva. Eu não perco tempo com contemplações e lanço-me à água. Atrás de mim seguiram mais uns quantos e passado pouco tempo já estava um grande grupo a chafurdar nas águas turquesa da baía. A temperatura está morna mas de vez em quando sentem-se umas correntes frias o que ajuda a refrescar. Mergulhamos do barco e fazemos várias acrobacias até nos fartar-mos.
Na mesma zona estão outros barcos que também vão pernoitar. À noite é servido o jantar e depois relaxamos na esplanada. Na noite escura da baía não se veem os rochedos, só as luzes dos outros barcos e das pequenas estruturas de uma aldeia flutuante que fica perto do sítio onde estamos ancorados. Este é o ambiente perfeito para nos deitarmos e relaxar-mos.
A manhã está cinzenta em Ha Long Bay. Choveu durante toda a noite e continua pela manhã. O pequeno almoço é servido no salão onde o guia nos informa que temos de esperar que o tempo melhore para fazer caiaque, a atividade planeada para a manhã. Nós como ainda vamos ficar mais um dia e uma noite esperamos que um barco mais pequeno nos venha buscar para um passeio por La Han Bay e por uma aldeia flutuante. La Han Bay é uma outra baía mais a sul, menos turística que Ha Long Bay mas pelo que li ainda mais bonita. Esperamos no salão pelas melhoras do tempo. Quando a chuva abranda, alguns lançam-se à água nos caiaques mas não por muito tempo porque o tempo piora rapidamente. O guia finalmente informa-nos que devido às condições meteorológicas vamos ter de cancelar a viagem e voltar a Hanói. Rumamos novamente a Bay Chay, onde embarcamos no dia anterior. Pelo caminho temos uma aula de culinária onde nos ensinam a fazer os spring rolls (crepes) vietnamitas. Não é nada de especial, diga-se de passagem e não é preciso ir ao master chef para aprender tal arte gastronómica.
Depois de vagarmos os quartos servem-nos o almoço, uma refeição farta em que também tivemos direito aos spring rolls que preparamos antes. Chegamos ao porto, desembarcamos e voltamos ao minibus para a viagem de regresso a Hanói. A viagem decorreu sempre debaixo de chuva, com estradas e arrozais alagados por todo o lado. Passadas mais de três horas chegamos à capital.