Tailândia, Phuket – dia 1


Durante este ano em que estivemos a viver no Sudeste Asiático fomos recolhendo informações sobre os destinos mais interessantes a visitar. Conversamos com muitos outros viajantes que fomos encontrando pelo caminho. Aprendemos e partilhamos muitas coisas sobre toda a região e todos foram unânimes de que Phuket apesar de ser o destino mais turístico da Tailândia, não é o mais interessante. Ainda assim, e porque andamos por aqui há tanto tempo, até parece mal não visitarmos este famoso destino.
Chegamos de Banguecoque de manhã cedo ao aeroporto internacional de Phuket, no norte da ilha de Phuket. Sim, Phuket não parece mas é de facto uma ilha, a maior da Tailândia e rodeada por outras 32 ilhas mais pequenas. Logo à chegada ao aeroporto constatamos que estamos numa região que subsiste praticamente só do turismo, tal o número de agências turísticas no aeroporto, muitas mesmo antes do controlo dos documentos. Um dado curioso é o facto de vermos muita informação em russo!
Dirigimo-nos ao balcão da rent-a-car com quem tínhamos reservado a viatura para os próximos dias. Como queremos visitar várias zonas de Phuket, decidimos que era preferível alugar um carro para nos deslocarmos mais à vontade. Depois de todos os procedimentos do aluguer, saímos do aeroporto num shuttlede serviço em direcção ao local onde levantamos o carro. Saímos do estacionamento com o “nosso” carro quando começou a chover. 
Seguimos para norte em direcção ao parque nacional Ao Phang nga que fica já fora da ilha de Phuket. A nossa ideia é visitar a famosa ilha do James Bond, com o pináculo de rocha que se ergue do mar e que ficou célebre no filme “O homem com a Pistola de Ouro” onde residia o vilão Scaramanga. O nome original da ilha é Khao Phing Kan mas desde 1974 (ano de lançamento  do filme) que ficaria para sempre associada ao mais famoso agente do MI6. Existem vários locais de onde podemos embarcar para chegar à ilha. O local mais comum é junto à pequena cidade de Phang-Nga. Porém, antes de ai chegarmos tentamos um local alternativo só para explorarmos a região. Saímos da estrada principal por uma estrada secundária em direção à baía. Ao longo da estrada principal surgem muitss placas informativas pintadas à mão com a indicação da ilha do James Bond entre outras atrações turísticas da região. Seguimos pela estrada durante algum tempo, sempre debaixo de chuva até chegarmos á baía. Numa pequena povoação encontramos um alpendre onde anunciavam algumas “tours”. Parece que nesta altura não para aqui ninguém e os poucos locais que por ali estavam até estavam admirados de nos verem. Pergunto os preços dos tours mas não chego a perceber se o preço é por barco ou por pessoa. A chuva continua a cair forte e nem os locais nem nós estamos com muita vontade de nos fazermos ao mar. Agradeço, despeço-me e seguimos novamente me direcção a Phang-Nga.

Chegamos agora a uma das entradas oficiais do parque nacional e o tempo está a abrir. O local está praticamente deserto. Alguns restaurantes e casas abandonadas são o cartão-de-visita. Á medida que vamos andando no carro, vários locais vem ao nosso encontro com ofertas de tours. Tentamos negociar o melhor que preço, pois somos os únicos turistas por aqui. Depois de algum regatear lá chegamos a um acordo e embarcamos num barco “long tail” como são conhecidos por aqui. Partimos do cais de embarque junto à Phang-Nga Custom House com dois tripulantes, o capitão da embarcação e primeiro ajudante! 



Descemos o canal que dá acesso à baía de Phang-Nga passando pela escarpas que se precipitam no mar e que mescladas com a vegetação foram um cenário de cortar a respiração. Pelo caminho, passamos por umas grutas onde um grupo de turistas faz passeios de canoa. Claro que estes passeios são todos pagos à parte. Seguimos viagem. 



Quando chegamos ao coração da baía o tráfego de “long tails” aumenta significativamente. A maior parte dos barcos vai ou regressa de Khao Phing Kan, a principal atração da baía. Chegamos finalmente à ilha tão esperada e à nossa espera está o grande pináculo. Se quisermos descer para terra temos de pagar 30$ por pessoa, o que espelha bem a sobreexploração turística que fazem desta região. Achamos que o valor não se justifica apenas para pôr o pé em terra firme. Na ilha em si não há nada de extraordinário. Apenas lojas de bugigangas para turista ver (e comprar) e a ilha consegue-se ver bem do barco. Ficamos por ali no barco durante algum tempo a apreciar a vista e a tirar fotografias. Despedimo-nos do pináculo e seguimos viagem.

No regresso, paramos em Koh Panyee, uma vila piscatória construída em cima de estacas por pescadores indonésios. A população muçulmana de cerca de 1600 pessoas é descendente de famílias da ilha de Java, na Indonésia. A ilha vive essencialmente dos turistas que passam por aqui e almoçam nos inúmeros restaurantes. 




Para além dos restaurantes tem imensas lojas de “souvenirs” e artesanato local. Mas o mais interessante da vila são as valências da vida quotidiana, como a escola, os correios, a mesquita, o centro de saúde, entre outros, todos adaptados à vida em cima do mar. Até têm um campo de futebol e uma equipa local! 


Damos uma volta pela ilha e enquanto as senhoras vão parando em todas as lojinhas eu vou explorar a ilha sozinho. Certamente que aqui ninguém se perde. Depois das compras e do passeio voltamos ao restaurante onde desembarcamos para retomar a viagem. A dona do restaurante não fica muito satisfeita porque esperava que nós viéssemos para comer. Desta vez é só em passeio. Talvez para a próxima comamos qualquer coisa.

O tempo piora e enquanto subimos o canal de regresso ao cais desaba a chover. Cobrimo-nos como podemos debaixo da coberta do barco, mas não nos livramos da molha. Quando finalmente chegamos ao cais, corremos para o carro para nos abrigar. Fazemos o acerto das contas com a tripulação e voltamos à estrada.
Voltamos à ilha de Phuket e seguimos para o hotel que reservamos para a primeira noite, em Nai Yang, uma zona balnear perto do aeroporto. Fazemos o check-in no hotel, deixamos as malas e vamos até à praia a pé que fica a cerca de 500 metros. A chuva parou mas o céu continua nublado. A praia está suja com lixo por todo lado, muito dele do tipo que vem e vai com a maré. Estamos na época baixa e não se vê muitos turistas por aqui. Apesar do tempo, não resistimos em mergulhar nas águas salgadas do mar de Andamão, no oceano indico, na parte ocidental da Tailândia.
Voltamos da praia ao hotel para tomar um banho e descansar um pouco. Fomos por roupa a lavar numa loja perto do hotel, pois já esgotamos o stock de roupa limpa. Mais tarde voltamos à praia, desta vez para jantar. A maior parte dos restaurantes ficam à beira mar e a oferta é bastante vasta. Depois de muito escolher, optamos por um pequeno restaurante italiano muito acolhedor e com uns pratos muito agradáveis.

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