Baviera & Tirol, Dia 1 – 4 in 1

Dezembro, 2016
Prólogo

Chegamos a Memmingen, um pequeno aeroporto a cerca de 1 hora de Mimique, a capital da Baviera. Depois dos procedimentos habituais para levantar os acessórios da Nikky que vieram no porão e de tratarmos da papelada com a rent-a-car seguimos para o parque de estacionamento para procurar a viatura. Aqui dá-se o primeiro impacto com o frio do centro da Europa. Quando saímos de Faro, estava de chuva, mas deixamos o Algarve com uma temperatura que aqui na Baviera talvez só a sintam no verão.


No parque de estacionamento temos uma surpresa à nossa espera. O carro que alugamos é de classe B, ou seja, um Ford Fiesta ou semelhante. No entanto fizeram-nos um upgrade para outra categoria. Eu já sabia qual era o carro desde o terminal, mas não disse nada às senhoras para ver  a reação delas. No lugar 49, o último do parque de estacionamento, temos uma edição especial do Mini Countryman! Elas não a queriam acreditar que iríamos andar o fim de semana grande a passear de Mini.

Depois de arrumarmos as malas e o carrinho da Nikky na bagageira e de nos instalarmos seguimos viagem. Trouxemos o nosso GPS mas nem é necessário pois o Mini já vem equipado com um. Colocamos o endereço do nosso hotel e partimos para Lindau, uma pequena ilha no lago   Constance, a cerca de uma hora de viagem.
Antes de irmos para o hotel paramos num shopping que ainda está aberto. São cerca das 19:00 e aqui o comércio fecha muito cedo. Vamos ao supermercado comprar algumas coisas, principalmente leite para a Nikky, porque se não ninguém a atura antes de dormir. O leitinho da noite é da praxe, independentemente do ponto geográfico onde estejamos. Claro que a Marisa e a Lucy acabaram por comprar mais qualquer coisinha até nos mandarem embora do supermercado. Mesmo em alemão conseguimos perceber quando estão a pedir aos clientes para se despacharem, porque o pessoal que aqui trabalha também tem vida para além do trabalho. Só em Portugal é que andamos no supermercado até às dez ou onze da noite. Disparate…

Lá fomos para o hotel, no centro da cidade. No hotel também já não está ninguém. Deixaram a chave dos quartos numa caixinha à porta do hotel com um código. Recolhemos a chave e depois estamos por nossa conta. É o que se pode chamar de um self check-in. Levamos as coisas para os quartos e vamos dar uma volta pela cidade e procurar algum local para jantar.
Lindau é uma cidade numa pequena ilha no lago Konstanz ligada por uma ponte. A cidade percorre-se praticamente toda a pé. Estacionamos o carro e vamos dar uma volta. As ruas estão praticamente desertas. São quase oito da noite e a está hora está toda a gente recolhida. O frio não convida a grandes passeios. Vamos até ao porto onde está o famoso farol da cidade. Não perdemos muito tempo porque são horas de jantar e daqui a pouco já não apanhamos nada aberto. Depois do jantar voltamos para o hotel. Ainda é cedo para os nossos padrões. A Lucy vai deitar a Nikky e eu e a Marisa voltamos à rua para fazer uma caminhada para ajudar à digestão.

Percorremos a principal rua de comércio da cidade e vimos as montras. Esta é a melhor altura para vir às lojas, quando está tudo fechado e só podemos espreitar de fora. Passamos pelo edifico da câmara municipal, com diversas pinturas a cobrir as fachadas. Segundo parece, é um dos edifícios mais antigos da cidade. Depois voltamos ao porto, mas desta vez por outro caminho. Tem muitas barraquinhas de madeira para os tradicionais mercados de natal, que são muito comuns aqui na Alemanha. Deste lado do porto encontramos a torre do relógio com uma trança enorme a cair de uma das suas janelas. É a trança da Rapunzel, constatamos nós! Não podemos ir embora sem mostrar á Nikky.

Dia 1 – Alemanha, Suíça, Liechtenstein e Áustria em menos de 24 horas

Acordamos de manhã cedo, tomamos o pequeno almoço e agasalhamo-nos para sair. Faço o check-out do hotel. Desta vez já está cá alguém para se despedir de nós. Pegamos no carro e vamos até à estação de comboio onde estacionamos para ir dar uma breve volta a pé pela cidade.  Não podemos ir embora sem ver a cidade durante o dia. Quando chegamos os feirantes ainda estão a preparar as barracas para o mercado de natal. Ainda não está quase nada aberto, apenas uma barraquinha que vende vinho quente. Pudera …, com um frio destes a malta precisa é de aquecer. E há lá coisa melhor que um tinto bem quentinho para aconchegar as entranhas!? Melhor mesmo, só umas sopas de cavalo cansado, mas quentinhas!
Passamos pela torre onde está a trança da Rapunzel. A Nikky fica encantada! Tiramos várias fotografias até ela se fartar e depois demos um passeio pelas margens do lago. Voltamos ao carro e continuamos viagem.

Seguimos a norte do lago até à cidade de Meersburg onde apanhamos o ferry boat para Konstanz. Enquanto atravessamos o lago, vamos até ao exterior do barco onde a manhã solarenga não consegue afastar o ar gélido. Na proa então é uma frescura fora do normal. Em 15 minutos estamos Konstanz, a cidade que dá nome ao lago.

Não perdemos tempo na cidade e seguimos logo para Reichenau, ume pequena ilha num lago mais pequeno que faz fronteira com o lago Konstanz. Atualmente Reichenau já é uma península porque em tempos foram construídos diques que permitiram o acesso pedestre à ilha. Reichenau é património cultural da UNESCO pois tem vários mosteiros e igrejas históricas medievais. O principal é a abadia de Reichenau, dedicada à virgem Maria e a são Marcos. Outra das atrações da ilha é a igreja de Sankt Georg que tem uns painéis dos vários milagres de Jesus do séc. X. Foi aí a nossa primeira paragem. A igreja de arquitetura medieval é muito simples. A beleza está essencialmente nos painéis no interior. Apesar de estarem já quase sumidos, ainda conseguem irradiar os vislumbres de séculos distantes.

Ao lado da igreja situa-se um pequeno parque de merendas que da acesso ao lago através de um pontão de madeira. O lago está gelado e a Nikky fica encantada com o cenário. Levo-a a passear no em cima do gelo, primeiro pela mão e depois sozinha. Ela tem receio porque sente os pés a escorregarem-lhe, mas lá se equilibra. Quando sai do gelo, mete os pés na lama para desespero da Lucy. Lá temos de limpar os ténis, antes de voltarmos ao carro. 

Depois da patinagem no lago, passamos pela abadia de Reichenau. O edifício imponente situa-se no centro da ilha. À construção de pedra foi mais tarde acrescentada uma moldura em madeira no séc. XIV. É um dos edifícios do género mais antigos do sul da Alemanha.

Depois da visita a Reichenau, passamos pelo centro de Konstanz para conhecermos a cidade. À entrada apanhamos muito trânsito. Damos uma volta de carro pela cidade e depois paramos num shopping rapidamente. Em Konstanz deixamos a Alemanha para entrar na Suíça, logo ali ao lado. As diferenças são poucas, quase nenhumas. Paramos em Romanshorn, uma pequena cidade à sul do lago. Na verdade o lago Konstanz pertence a três países: Alemanha, Suíça e Áustria. Enquanto passeamos por um jardim nas margens do lago, sai um ferry boat com bandeira Suíça. Não passamos muito tempo nesta cidade porque ainda temos alguns quilómetros para fazer até chegarmos ao nosso destino final. 


Da Suíça vamos para Vaduz, a capital do Liechtenstein. O caminho é muito agradável com uma paisagem verde e aldeias típicas alpinas com as suas casas tradicionais em madeira. À noite vai caindo e o fumo das chaminés provoca um efeito engraçado nas terriolas. Nem damos conta da fronteira com o Liechtenstein, o que é muito estranho, pois os Suíços são extremamente chatos com as fronteiras. Quase sem darmos conta chegamos a Vaduz. Já é de noite e uma noite bem fresquinha por sinal! Estacionamos o carro junto à catedral St. Florin e damos uma volta a pé pelo centro. Vaduz é uma cidade pequena e para além do castelo, os principais pontos de interesse da cidade estão todos nesta zona. O Liechtenstein Center, o Kunstmuseum Liechtenstein, museu de arte moderna e o Kunstraum Engländerbau ficam todos aqui pertinho. A esta hora já está tudo fechado, à exceção de algumas lojas. A Marisa e a Lucy não perdem tempo mas rapidamente ficam desoladas. Os preços são exorbitantes e em francos suíços. Elas não conseguem comprar nada!


Numa das praças da cidade está um ringue de patinagem no gelo e várias barraquinhas, onde está muita gente a conviver. Damos uma volta pelas barraquinhas, mas a maior parte é de petiscos e pinga. Toda a gente bebe vinho quente. Talvez seja a única forma de se aguentarem na rua com um frio destes.

O castelo avista-se do centro da cidade, mas a esta hora já não se pode visitar. Voltamos ao carro para seguir viagem para a Áustria. Conduzimos cerca de uma hora e meia por uma autoestrada no coração dos Alpes com muitos túneis até chegarmos a Oetz, uma pequena cidade no Tirol Austríaco. Fazemos o check-in no hotel e vamos rapidamente para a cidade para encontrar um sítio para jantar. Já passa das 21:00 e está tudo praticamente fechado. Acabamos por jantar num restaurante chinês, onde somos muito bem recebidos. A nossa opção gastronómica, ainda que não fosse muita, não deixa de ser curiosa nesta região tão tipicamente europeia.

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