Dia 2
Começamos o dia no palácio Hofburgo, um majestosos edifício barroco que foi uma das residências da família real no centro da cidade. A visita ao palácio é composta por três seções: i) tesouros imperiais; ii) museu Sisi; e iii) apartamentos imperiais.
Na primeira parte (i) ficamos a conhecer toda a riqueza da corte, sendo que grande parte da exposição são conjuntos de loiça e talheres de vários períodos e para todos os gostos. Nos pratos e travessas primeiro utilizavam a prata e só mais tarde começaram a utilizar a cerâmica. Toda esta parafernália de cozinha leva-nos a crer que esta gente era de bom garfo.
No museu da Sisi (ii) ficamos a conhecer a verdadeira história da triste imperatriz Elisabete, cujo maior sonho era não ter nada a ver com esta gente da corte. A duquesa da Bavária gostava mais da sua vida no campo na Bavária do que da vida de imperatriz no império austríaco. Apesar da sua fama, que foi essencialmente póstuma, o povo não nutria grande simpatia por ela na Áustria. Isso também pouco a afetava já que passava grande parte do tempo fora. Apaixonou-se de tal forma pela Hungria que se tornou rainha desse país dando origem ao império Austro-Húngaro. Estes, os Húngaros, gostavam imenso dela. Elizabete passou muito tempo da sua vida a viajar. Até passou uma temporada na ilha da Madeira por questões de saúde! E não é que os nossos amigos madeirenses não sabiam disto!? Nem eles nem a maior parte dos portugueses sabem que em tempos alojamos tão nobre imperatriz. Por fim, depois de conhecermos a história da Sisi e da importância que a corte atribuía aos comes e bebes fomos ver como é que esta gente vivia.
Nos apartamentos imperiais (iii) passamos por várias divisões, entre as quais o escritório do imperador Francisco José I decorado com várias fotografias da sua amada Elisabete, ou os quartos do imperador e da imperatriz. Isto não havia cá misturas. Quando o imperador desejava ver a esposa tinha de tocar uma pequena campainha que quase passa despercebida na parede do quarto. Reza a história que ela a maior parte das vezes não estava disponível.
Nos aposentos da imperatriz tem vários equipamentos de ginástica, pois parece que era viciada no exercício físico. Talvez uma forma de escape à vida enfadonha da corte! Outra curiosidade foi o facto de Elizabete ter mandado construir pela primeira vez na corte um quarto de banho. Até aqui o hábito era fazer a higiene em baldes nos quartos. Ela mandou instalar sanita e banheira com água quente. Estava muito à frente do seu tempo esta senhora!
Depois do interior do palácio, visitamos os jardins no exterior na Heldenplatz e seguimos para o parque Burggarten onde está uma estátua de Mozart. Passamos pelo jardim botânico e pelo museu Albertina até chegarmos à casa da ópera. Somos novamente bombardeados com vendedores de concertos. No interior infelizmente não se consegue ver nada porque está tudo coberto de andaimes. É possível fazer a visita guiada ao salão nobre mas não temos tempo para isso.
Vamos até ao Naschmarkt, o maior mercado de Viena para comidas e outras coisas. De início não achamos piada nenhuma porque só vemos bancadas a vender bugigangas e chinesices e vendedores que nos fazem duvidar de estarmos na Áustria. Á medida que vamos andando pelo mercado a coisa começa a compor-se e a parte mais interessante é a das bancadas a vender coisas comestíveis, tais como fruta, frutos secos, fruta cristalizada, azeitonas, pimentos e húmus de várias cores, falafel, …. bom continuamos um pouco distantes da Áustria mas pelo menos já se come qualquer coisa. Acabamos mesmo por comprar uns falafels e mango lassi, típicos da região do Tirol Austríaco.
Apanhamos o metro para Schwedenplatz, junto ao canal do rio Danúbio e dai apanhamos um tram para a casa Hundertwasser, um edifício residencial afastado do centro construído entre 1983 e 85. A sua particularidade é ter sido construído em harmonia com a natureza e para isso o arquiteto e pintor Friedensreich Hundertwasser conferiu-lhe umas formas e cores que sobressaem no meio da monotonia urbana. De longe parece que as paredes são cobertas de restos de azulejos de diversas cores, mas quando chegamos próximo constatamos que se trata de uma pintura propositada. É uma paragem obrigatória em Viena para todos os apreciadores de arquitetura.
De volta ao centro, passamos pelo Stadtpark onde encontramos estátuas de vários compositores célebres e outros ilustres da cidade. A mais famosa é de Johann Strauss, uma estátua dourada que está sempre acompanhada, tal a quantidade de visitantes que recebe. O Schubert também lá está mas acaba por ser ofuscado pelo brilho de Strauss.
Voltamos a Schwedenplatz e passeamos junto ao rio. Passamos na igreja de St. Rupert, uma igreja medieval romana do século VIII que é considerada a mais antiga da cidade, dedicada ao santo Ruperto de Salzburgo. Demos uma volta por essa zona da cidade onde existem muitas lojas e restaurantes. Passamos pelo Hard Rock Café e pelo Griechenbeisl um dos restaurantes mais antigos de Viena onde se juntavam em tempos artistas, académicos e políticos para comer, beber e debater a atualidade. Quem por ali passa sem conhecer o restaurante estranha o movimento e a grande escultura na parede. Curiosos vamos espreitar a entrada e depois de pesquisarmos online é que ficamos a saber do que realmente se trata.
Apanhamos o metro para o outro lado do canal até à estação de Praterstern para irmos ver a Wiener Riesenrad, uma roda gigante construída em 1945. As cabines originais eram em madeira mas hoje já utilizam outros materiais. É possível jantar numa das cabines ou simplesmente dar uma volta para desfrutar da vista. A grande roda é a principal atração deste parque de diversões onde também está o museu de cera Madame Tussauds. Depois de vermos a roda, damos uma volta pelo parque mas não estamos com paciência para a feira popular.
Amanhã temos de nos levantar bem cedo, porque queremos apanhar o barco das 8:30 da manhã para Bratislava. Para além disso o hotel onde vamos ficar na próxima noite fica longe do centro. Decidimos voltar à zona do hotel atual onde temos as mochilas guardadas para jantarmos e depois arrancarmos para o próximo hotel. Terminamos a vista a Viena a jantar num restaurante Turco. Já tínhamos visto este restaurante cheio de gente na primeira noite que chegamos. Hoje decidimos experimentar. Comemos a pizza tradicional turca Lahmajoun e Kofte (almôndegas grelhadas). Para terminar a noite em beleza fomos ali perto à gelataria Tichy que faz uns gelados caseiros que deixam alguns italianos envergonhados. Não admira por isso que esteja sempre a abarrotar de gente. Não podíamos terminar o dia melhor!
Post Views: 650