Agosto, 2017
Dia 3
Voltamos ao castelo para visitar o que no resta do dia anterior. Começamos pela exposição sobre a história do castelo, onde podemos conhecer melhor como era a vida da família real. Ontem ao visitarmos o palácio não conseguimos ter essa perceção, pois como referi, apenas conseguimos ver a arquitetura do edifício e pouco mais. Nesta exposição podemos ver algumas das relíquias reais, como eram as cozinhas, os adornos religiosos, entre outros. A exposição está patente nas caves do palácio e pode passar despercebida ao visitantes. Depois fomos visitar o palácio Rosemberg, que se trata de um pequeno palacete perto da rua do ouro. Aqui já vimos várias salas cuidadosamente decoradas. Aquela que desperta maior curiosidade é uma sala com pé direito muito alto com um enorme fresco no teto. Para apreciar bem o fresco temos um enorme espelho no chão que faz as delícias dos visitantes. Terminamos a visita ao castelo saindo pela porta de Matias.
Perto do castelo fica o palácio do arcebispo, a galeria nacional, no palácio Sohm e também o palácio Jokankvy. Seguimos só de passagem até ao ministérios dos negócios estrangeiros, um imponente edifício que ocupa um quarteirão inteiro. Ali perto fica uma pequena igreja, Loreta de Praga, onde foi feita a anunciação de Cristo. É uma réplica de outra igreja em Itália.
Depois desta parte da cidade, apanhamos o metro para o castelo Vysehrad, já mais afastado do centro. A tarde está agradável. Percorremos as ruas empedradas e apreciamos a vista do topo para a cidade. Visitamos o cemitério e a igreja.
No caminho de regresso ainda encontramos uma Geocache. Descemos a colina até à beira do rio e apanhamos um tram para a praça da Paz. Dai seguimos a pé por uma zona urbana até à sede da união das igrejas adventistas da República Checa. Os escritórios e a igreja já estão fechados a esta hora, mas fica a visita.
Seguimos a pé para a rua Masarykovo junto ao rio que é curiosa devido aos vários prédios tradicionais às cores. Depois passamos pela torre de água e pela pequena ilha Sitkov onde as crianças brincam alegremente no parque infantil e os mais velhos passeiam de barco a remos à volta da ilha.
A terminar o dia ainda passamos pelo palácio Zofin e pelo teatro nacional e finalizamos mais uma vez com a animação na ponte Charles.
Dia 4
Hoje é o último dia que vamos estar em Praga e também o mais longo, pois só temos autocarro às 0:10 do dia seguinte. Deixamos as malas na estação e decidimos passar o dia nas calmas. Já vimos quase tudo o que tínhamos planeado inicialmente, por isso vamos explorar alguns pontos “off the beaten track” da cidade. No final do dia vamos jantar nas calmas para nos prepararmos para a longa noite que vamos ter pela frente.
Começamos pois por fazer o trilho das igrejas da reforma Boémia, um conjunto de locais religiosos que de uma forma ou de outra tiveram algum contributo na reforma protestante que aqui se iniciou com Jan Huss.
Depois decidimos sair do centro da cidade para irmos visitar um espaço de arte alternativa. Na verdade fui eu que decidi sem dizer nada a ninguém. Disse simplesmente que íamos visitar uma galeria curiosa sobre a qual li algures. E não é que acreditaram em mim!!! Tivemos de apanhar dois trams para lá chegar.
O espaço chama-se Meet factory e fica numa zona industrial junto à linha do comboio. Trata-se de uma antiga fábrica que foi aproveitada para espaço de exposições e local de convívio de artistas do underground de Praga. Não se trata de nada ilegítimo, apenas de artistas mais excêntricos que saem fora da órbita artística mais corrente. Num dos espaços há uma exposição de iluminação e som, numa sala escura. Noutro espaço são várias instalações tridimensionais em tecido, algumas algo pitorescas, e algumas pinturas de parede.
Depois desta pérola artística voltamos ao centro da cidade para visitar o bairro Judeu, uma das zonas onde encontramos as lojas mais exclusivas da cidade. Aqui é possível fazer um roteiro pelas várias sinagogas e são muitas. Na verdade é a cidade que visitei onde encontrei mais sinagogas num mesmo bairro. Para além disso existem também vários restaurantes Israelitas.
Já quase a terminar a estadia em Praga, não podia deixar de visitar o museu da Apple. Não é um museu oficial da marca de Cupertino, mas não deixa de ser uma coleção interessante e informativa da evolução da maçã desde os tempos de Jobs e Wosniak até aos dias de hoje. Distribuídos por dois andares encontramos vários modelos, desde os mais irónicos, como o Apple II, Lisa ou Macintosh, como outros de que a existência desconhecia totalmente.
Até temos computadores da Next, empresa fundada por Steve Jobs quando saiu da Apple, que são uma raridade no mercado. Claro que também lá estão todas as gamas mais modernas da família I…, I.e. iPod, iMac, iPhone, entre outros. Mas para mim nestas coisas é como nos automóveis. Acho mais piada aos clássicos e por isso delicio-me por entre as vitrinas de caixas brancas e cremes com ecrãs CRT que por esta altura já são de cor cinza. Ainda há espaço para uma mota BMW R que era o modelo utilizado por Jobs nos anos 70 e para uma galeria de obras de arte patente na cave do museu. No final oferecem-nos uma maçã para aliviar o apetite. É um espaço muito agradável no centro histórico de Praga que vale bem a pena visitar.
Acabamos o dia a jantar num restaurante/cervejaria tradicional onde finalmente consegui comer a famosa sopa goulash. É um belo guisado de carne de vaca servido num pão redondo que se vai comendo enquanto o pão vai ensopando no caldo. É uma das comidas mais gostosas que experimentei até agora durante esta viagem.
Depois do jantar damos mais uma volta a pé pelo centro histórico para ajudar na digestão e seguimos para a estação de autocarros em Florenc. Partimos às 0:30 como previsto com destino a Cracóvia na Polónia. A hora prevista de chegada é às 07:55. Vai ser uma longa noite.