Visita à terra dos Czares
Dia 1 – Nevsky
Chegamos ao aeroporto de Pulkovo em São Petersburgo ao início da tarde. Depois de recolhermos as malas, apanhamos o autocarro até à estação de metro Moskovskaya. Daí temos ligação a praticamente toda a cidade. Há muita gente na estação a comprar bilhetes nas máquinas automáticas, grande parte turistas como nós. A compra leva tempo, principalmente porque os estrangeiros não sabem que tipo de bilhete comprar. Um rapaz russo atrás de nós, habituado a estes atrasos, dá-nos uma ajuda para nos despacharmos. Lá seguimos viajem até à estação de Vasileostrovskaya onde fica o nosso hotel.
O hotel fica mesmo junto à estação de metro, numa avenida animada da ilha de Vassiliev (daí o nome da estação). O edifício do hotel está em obras, coberto com andaimes. Não fosse a informação prévia que nos deram, a pequena placa com o nome ter-nos-ia certamente passado despercebida. Tocamos à campainha e lá nos abriram a enorme porta de madeira. A entrada é algo assustadora com um aspeto tal, que diria com toda a segurança que a última vez que foi limpa foi antes da morte de Estaline. Mas também já vínhamos de sobreaviso. Subimos as escadas de pedra até ao segundo andar. Tocamos novamente à campainha e quando abrem a porta eis que um mundo novo se nos apresenta. O interior do hotel não condiz minimamente com a escadaria de acesso. O edifício em tempos devia ser um bloco de apartamentos palacianos, porque ao passarmos a porta entramos para um hall imenso com várias divisões e uma escada em caracol para um andar de cima. É ai que fica o nosso quarto suite, com uma pequena sala de estar e primorosamente arranjado.
Depois de instalados, partimos de novo pelo metro para a estação Nevsky na principal avenida da cidade que dá o nome à estação. Trata-se de avenida mais movimentada de São Petersburgo onde ficam as principais lojas da cidade e com bastante animação de rua ao longo vários quilómetros. Por ali andamos durante algum tempo a apreciar o “vibe” da cidade.
Posteriormente subimos por uma perpendicular à avenida Nevsky até à Catedral do Salvador do Sangue Derramado, que é a igreja mais bonita da cidade. Trata-se de um edifício com arquitetura semelhante à Catedral de São Basílio em Moscovo, que fica junto ao Kremlin. Por fora é realmente bonita e fora do comum como se estivéssemos num conto das 1001 noites. Hoje porém já está fechada. Havemos de cá voltar.
Descemos junto ao canal cheio de esplanadas e de barraquinhas de bugigangas para turistas. As famosas matrioscas russas são o ex-libris das “montras” improvisadas. Estão a pedir 40€ pela mais simples. Uma roubalheira à descarada! Há um mercado mais indicado para comprar este tipo de coisas aqui na cidade. Mais tarde havemos de lá ir fazer uma visita.
Seguimos para o Museu de São Petersburgo, ali perto. Passeamos pelo jardim agradável e bem arranjado e encontramos uma instalação muito interessante com vários bancos de jardim pintados com motivos espontâneos, exibidos nas traseiras do museu. Há para todos os gostos e a combinar com qualquer tom de roupa.
Num outro jardim ali por perto passamos por um senhor a cantar ópera para encanto dos muitos transeuntes que ali pararam. No nosso primeiro passeio de reconhecimento pela cidade ainda encontramos o carro soviético do Mr. Paddington…, sim esse urso britânico, que ao que parece andou a viajar por aqui.
Fomos depois jantar ao “marketplace” uma cadeia de restaurantes locais que lembra as antigas cantinas soviéticas. Estas porém têm uma decoração moderna e a comida é mais de estilo internacional. O conceito porém é o mesmo. Somos nós que nos servimos do que queremos, pagamos na caixa e levamos o tabuleiro para a mesa. Não há cá serviço de mesa. A comida é boa e o ambiente muito agradável. Claro que não comemos nada tipicamente Russo, mas vamos com calma.
Depois do jantar demos um passeio maior pela avenida Nevsky que à noite se transforma. Tem tantos grupos de animação rua que se torna difícil circular nos passeios, e que largos que são! Mas o ambiente é espetacular. Há entretimento para todos os gostos. Desde bandas de rua, que apresentam autênticos concertos, como mágicos, pintores e artistas de vários tipos.
Passamos pela Catedral de Nossa Senhora de Cazã e pelo famoso café Literay, um café do séc. XIX outrora frequentado por escritores, poetas e jornalistas, entre eles Alexandre Pushkin, o maior poeta russo da época romântica. O café é tão exclusivo que só se consegue entrar com marcação. Podem ver um vídeo/documentário sobre o espaço aqui e já veem mais do que nós conseguimos ver. Para a próxima temos que fazer reserva antecipada.
A seguir fomos à praça do palácio Hermitage com a imponente coluna de Alexandre ao centro que lembra a vitória dos Russos sobre Napoleão no tempo to imperador Alexandre I. A praça é enorme com muita gente por ali a passear. Ao fundo o Hermitage está todo iluminado. É o edifício mais emblemático da cidade, não admira que apesar de ser noite e já estar fechado, tenha tantos visitantes. Na praça junta-se um grupo de pessoas sentadas no chão, que escutam um músico de circunstância que por ali se instalou. Faz de conta que estão no café ao ar livre e sem mesas. As bebidas essas não faltam. A música é agradável e acabamos por “entrar no café” e sentamo-nos um pouco também. A vida é muito descontraída aqui em São Petersburgo!
No final da noite passamos pela ponte do palácio sobre o rio Neva. Do outro lado da margem encontramos um jardim guardado por duas grandes colunas. É um ponto de encontro da malta jovem local, com muitos motards. Uma pequena carrinha comercial estaciona por ali, abre as portas traseiras e transforma-se num café ambulante. Vende café mas também outras bebidas. Pelos vistos por aqui há cafés por todo o lado! O limite é a imaginação.