Visita à terra dos Czares
Dia 3 – Hermitage
E ao terceiro dia é de vez!
Hoje vamos visitar a principal atração da capital imperial da Rússia, o museu Hermitage. Como tudo por aqui é “à grande e à Francesa” (já vimos ontem porquê!), o Hermitage está dividido em três partes:
- Palácio de inverno, o edifício principal do museu;
- Palácio do estado maior;
- Palácio de inverno de Pedro I.
O museu estatal Hermitage é a maior coleção de arte em exibição da federação Russa e é o segundo maior museu de arte do mundo. O complexo principal de edifícios do Hermitage ocupa uma grande extensão ao longo do rio Neva. Para além dos edifícios em si, a praça do museu com a grande coluna de Alexandre ocupa também uma área considerável.
Passamos então à visita.
Palácio de inverno, o edifício principal do museu
Este é o edifício mais icónico do Hermitage. A sua fachada verde esmeralda é inconfundível. Era aqui que o imperador passava o inverno, enquanto que no verão ia até ao palácio Peterhof.

Por momentos fico incomodado ao pensar no dilema pelo qual o monarca tinha de passar todos os anos. Quando chegava o verão, tinha de deixar esta casa e partir para outro palácio com jardins a perder de vista. Depois chegava o inverno e tinha de deixar esse palácio com vista para o mar e vir para este colosso à beira do rio Neva! Isso é coisa que não se faz! Anda um homem sempre num virote com a casa à costas!?
O palácio de inverno é um autêntico labirinto de salas de exposição que se espalham ao longo de 3 andares. Vamos procurar um mapa para nos orientarmos por aqui, mas só há em Russo e Coreano. A versão em Inglês já acabou. Não temos outro remédio que seguir as cores do mapa e algumas imagens. É a única coisa que percebemos.
Neste edifício encontramos os grandes clássicos da pintura. O dois quadros de Leonardo Dá Vinci são os masterpiecesdo museu e os mais cobiçados pelos visitantes. Trata-se das obras “The Benois Madonna” e “The Litta Madonna” (aqui). Depois há também a sala Rembrandt e obras de Rubens e Raffaello.
Um outro highlight do museu é da autoria de Michelangelo, a escultura do “Crouching Boy “(aqui).
Para além da imensa coleção de arte do museu, a visita comporta também os vários salões nobre do palácio, mas com tantas exposições corremos o risco de isso nos passar despercebido. O chão de madeira trabalhada de alguns salões merece também ele uma atenção especial. No fundo, as instalações rivalizam com as obras de arte, de pleno direito.

Palácio do estado maior
Este palácio fica em frente ao Palácio de Inverno, no lado oposto da praça do museu. Na aula oriental, mistura-se um edifício de arquitetura clássica com arquitetura moderna, numa combinação de gosto perfeita. Mais uma vez, as instalações só por si justificam a visita.
Aqui encontramos várias coleções do impressionismo e pós-impressionismo, bem como de arte contemporânea, espalhadas por várias salas ao longo de um percurso circular pelos vários andares do edifício.
A diversidade de artistas é imensa e vou referir apenas alguns dos nomes mais sonantes: Van Gogh, Matisse, Picasso, Monet, Renoir, Gauguin, Degas, Delacroix, Toulouse-Lautrec, e claro Kandinsky, um homem da casa que mais tarde se nacionalizou alemão e foi professor na escola Bauhaus.
A grande escadaria no interior é um dos espaços mais impressionantes em termos arquitectónicos. A iluminação natural que passa pelos grandes painéis de vidro no teto realça a simplicidade das linhas do edifício.

Palácio de inverno de Pedro I

Por fim, este pequeno palácio junto à margem do rio Neva, mostra um pouco do que seria um dia de trabalho na vida do imperador. À entrada somos recebidos por um canhão, uma carruagem de gala e trenós. A visita leva-nos pelos aposentos do imperador e salas de trabalho.
Dos três edifícios este é o menos interessante. Não é o facto de ser pequeno, mas sim porque as exposições são pobres e nada interativas. Tudo é visto à distância e não há uma explicação. Enfim, também depois de termos percorrido os dois edifícios anteriores, qualquer coisa que viesse agora seria sempre menos nobre.
Terminada a visita ao Hermitage “demos um salto” ali ao lado, à catedral de St. Isaque. Como ainda não estávamos suficientemente cansados, decidimos subir os 200 degraus até à cúpula. A vista sobre a cidade é bonita, o rio Neva avista-se ao longo do seu curso e o Hermitage visto daqui é ainda mais imponente. Agora sim, terminamos a visita ao Hermitage desde todas as perspetivas.

A terminar o dia fomos jantar à Stolovaya #1, uma cadeia de cantinas Russas de estilo soviético, para experimentar algumas iguarias locais. O serviço é buffet e nem tudo o que está disponível está traduzido para Inglês. Temos de nos aventurar pela tradição Russa e esperar pelo melhor! No fim de jantar passeamos mais uma vez pela avenida Nevski e depois regressamos ao hotel.