Dezembro 2019, Janeiro 2020
Dia 2 – Estrada de montanha
Tomamos o pequeno almoço numa pastelaria na avenida Mehmet Pashë Plaku. Depois passamos pelo supermercado para comprar alguns mantimentos para a longa viagem que temos pela frente. O nosso destino é o Parque Natural do Vale de Valbona que dista 180 Km de Shkoder. Mas como o percurso é feito em grande parte por estrada de montanha, contamos levar cerca de 4h30min para chegar.
Antes de deixarmos Shkoder vamos visitar o Castelo Rozafa e a antiga Mesquita Xhamia e Plumbit. O castelo no topo da montanha é bem visível do nosso hotel. Paramos primeiro na mesquita meio abandonada num descampado às portas da cidade. Foi edificada numa zona pantanosa e para chegarmos à porta temos de passar uma estreita ponte pedonal por cima da água. Está fechada. A única coisa que conseguimos fazer é espreitar pelo postigo da porta que se encontra aberto. Não me parece que o espaço seja utilizado com regularidade.
Depois subimos até ao castelo que se ergue a 130 m de altitude sobre os rios Bojana e Drin, os dois rios que serpenteiam a cidade. Levamos o carro até onde a estrada permite e depois temos de subir o resto da calçada a pé. O castelo medieval conta no seu interior com as ruínas de uma igreja católica do séc. XIII, a qual foi transformada numa mesquita no séc. XV quando a cidade foi capturada pelo império Otomano.
O terreno que envolve o castelo tem várias seções, grande parte delas em ruínas. Porém há também alguns edifícios que ainda se mantêm, entre os quais um museu e um restaurante. A vista para a cidade é fantástica, como se esta fosse embalada pelos rios.
Descemos a montanha e voltamos à estada.
Seguimos durante 2 horas pela estrada SH5 por cerca de 80 Km. A estrada tem muitas curvas mas o piso é aceitável. O pior está para chegar! Na povoação de Qafe Malit cortamos para a SH22 e rapidamente percebemos a lógica da nomenclatura da rede viária da Albânia. Basicamente quanto maior o número, menor é a qualidade da estrada. A partir daqui subimos num percurso irregular, por vezes a roçar o vertiginoso num piso esburacado com curvas e mais curvas. Para compensar temos a paisagem que nos convida a conduzir bem devagar para apreciarmos as vistas. É um percurso de paciência mas que vale bem a pena.
Passamos pelo Hotel Alpine que fica no meio de “nenhures”. O nome vem bem a propósito já que esta região é conhecida como os Alpes da Albânia. Entretanto uma outra epifania nos surge. Damos por nós nesta zona remota da Albânia a comer um chocolate que trouxemos de Portugal, que eu comprei na Finlândia, um saboroso Fazer (passo a publicidade)! As delicias da globalização.
Pelo caminho vamos notando que surgem frequentemente campas e lápides na berma da estrada! Será uma lembrança penosa do carácter impetuoso desta via de circulação!? Mesmo que queiramos saber, não há ninguém pelo caminho para perguntarmos. Continuamos com cuidado e acima de tudo com respeito pela montanha.
Quando chegamos a Valbone começa a cair a noite e com ela um nevão que nos recebe de braços bem abertos no Hotel Margjeka.
Índice
- Dia 1 – Tirana, Albânia
- Dia 2 – Estrada de montanha
- Dia 3 – Chegada ao Kosovo
- Dia 4 – Prizren
- Dia 5 – Pristina e Escópia (Skopje)
- Dia 6 – Escópia (Skopje), Monte Vodno, Desfiladeiro Matka
- Dia 7 – Ohrid, Lago Ohrid
- Dia 8 – Berat
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