Dezembro 2019, Janeiro 2020
Dia 7 – Ohrid, Lago Ohrid
Ohrid é uma antiga cidade piscatória nas margens do lado com o mesmo nome, o qual faz fronteira com a Albânia. É uma pequena cidade considerada património mundial pela UNESCO que tem tempos chegou a ser a capital do primeiro império Búlgaro no início do período medieval.

A cidade é rica em casas e monumentos pitorescos, e o turismo é a atividade predominante. O nosso hotel fica no centro histórico, na praça central da cidade junto ao lago. Aproveitamos a manhã para passear pelas estreitas ruas históricas da cidade. As casas tradicionais otomanas são uma atração per si, com a sua arquitetura típica de pirâmide invertida.
Outra das atrações constantes são as igrejas. Conta-se que a cidade chegou a ter 365 igrejas, uma por cada dia do ano, e que era conhecida como a “Jerusalém dos Balcãs”. Uma delas é a igreja de São João que fica mesmo na ponta da cidade, num pequeno monte com vista para o lago. No caminho passamos por um arraial de pescadores e um passadiço de madeira mesmo em cima do lago.

Na parte mais elevada da cidade situa-se o complexo arqueológico das basílicas Cristãs ancestrais. Plaoshnik foi o centro episcopal de toda a região e a sua preponderância religiosa atravessou vários impérios (Gregos, Romanos, Otomanos, …). É considerado um local sagrado. A igreja de São Clemente é o edifício mais bem preservado e mantido. Grande parte do complexo está em recuperação e construção de novos edifícios. Em tempos esta foi morada das mais altas patentes religiosas do império e espera-se que no futuro o complexo tenha várias mansões como no tempo de São Clemente.

Subimos mais um pouco até à fortaleza do Czar Samuel, o primeiro czar (imperador) do império Búlgaro (997 a 1014 DC). No regresso ao centro da cidade passamos pelo grande anfiteatro, que ainda é utilizado nos dias atuais.

Terminamos a visita a Orhid na casa tradicional da família Robev (1827). Foi uma família de importantes mercadores da cidade, que negociavam deste Istambul até Viena, passando por Trieste e Leipzig. De entre tantas ilustres cidades, escolheram esta para sua morada. A casa é um museu onde podemos ver como era a vida naquela época, com algumas mobílias originais, mas também com varias peças arqueológicas. É também uma oportunidade de conhecer esta arquitetura por dentro, que tanto nos intriga no exterior.

Deixamos a cidade e continuamos a viagem para sul pelas margens do lago. Fazemos uma paragem na “Baia dos Ossos”, um museu em casas de colmo construídas em estacas em cima do lago. Trata-se de um local arqueológico subaquático no site “Plocha Michov Grad” que foi um povoado pré-histórica construído em estacas por cima do lago. No local foram encontrados vários objetos e artefactos no fundo do lago relacionados com a atividade piscatória, que seria a principal atividade do povoado. Recentes descobertas encontraram cerca de 6000 restos de estacas no fundo do lago e crê-se que esta população viveu no final da época do bronze/início da época do ferro.

O local é agora um atraente complexo de museus com um conjunto de casas assentes em estacas reconstruído sobre as águas do lago, um castrum Romano que é conservado, restaurado e apresentado num planalto de uma colina adjacente, e instalações para turismo subaquático.

Continuamos para o mosteiro de St. Naum, já muito perto da fronteira com a Albânia. O mosteiro foi estabelecido em 905 durante o império Búlgaro, pelo próprio santo de quem herdou o nome. St. Naum está sepultado na igreja principal no centro do mosteiro e tem muitas visitas a julgar pelo movimento de pessoas. O complexo está seriamente voltado para o turismo! A entrada é ladeada por imensas barraquinhas a venderem traquitanas, restaurantes à beira do lago com barcos de recreio, e até um hotel fazem parte da zona envolvente ao mosteiro.


Do lado de fora há um percurso pelo campo que nos leva a várias outras igrejas menos visitadas. É um passeio muito agradável e tranquilo, longe do alvoroço de visitantes do mosteiro. A igreja da Santa Mãe de Deus tem uma nascente no seu interior que vai desaguar num ribeiro e consequentemente no lago. A porta está aberta! É muito pequena e bem preservada. Nota-se que teve obras recentemente.
Passamos ainda pela igreja de Santo Atanásio onde encontramos um simpático senhor que nos convida a visitar o interior. Ele mora numa casa adjacente à igreja e é o cuidador da igreja e dos jardins. Está tudo impecavelmente cuidado!
Chegamos à fronteira com a Albânia e estamos quase de volta ao ponto de partida. Deixamos a República do Norte da Macedónia muito agradados com este país que tão bem nos acolheu. Foi sem dúvida uma pequena surpresa nos Balcãs!

Índice
- Dia 1 – Tirana, Albânia
- Dia 2 – Estrada de montanha
- Dia 3 – Chegada ao Kosovo
- Dia 4 – Prizren
- Dia 5 – Pristina e Escópia (Skopje)
- Dia 6 – Escópia (Skopje), Monte Vodno, Desfiladeiro Matka
- Dia 7 – Ohrid, Lago Ohrid
- Dia 8 – Berat
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