Dezembro 2019, Janeiro 2020
Dia 8 – Berat
A sul de Tirana fica uma das cidades albanesas classificada como património mundial da UNESCO. Berat é por vezes apelidada da “cidade das mil janelas”, muito graças às casas tradicionais que se vão amontoando encosta a cima no bairros típicos, como Magalem. É atravessada pelo rio Osum e tem um ambiente muito cosmopolita a julgar pelos vários cafés e esplanadas na boulevard Republika junto ao rio.
Ficamos alojados no hotel Heraklis, no bairro antigo de Magalem.
Chegamos ontem à noite à cidade, e depois de nos instalarmos no hotel, fomos procurar um local para jantar. O rapaz que nos recebeu no hotel aconselhou-nos a ir até à boulevard Republika, porque segundo ele, é ali onde toda a gente está. De facto esta avenida está repleta de gente, tanto nas esplanadas dos cafés, como simplesmente a andarem de um lado para o outro. É o ponto de encontro e a avenida pedonal mais frequentada da cidade. Do lado oposto das esplanadas tem um grande jardim junto ao rio.
Ao final da noite ainda tivemos coragem para subir a ladeira de quase 1000 metros até ao castelo. Lá em cima aquela hora já não havia muito para fazer e regressamos ao hotel.
Hoje pela manhã começamos por visitar o castelo, agora de dia. Mas desta vez vamos de carro. Estacionamos à entrada e pagamos o bilhete para a visita, o que parece um pouco estranho, uma vez que este é um castelo habitado, com vários restaurante, hotéis, lojas e museus. Talvez sejam uma forma de contribuir para a sua preservação. No interior passamos junto à fortaleza, as ruinas da antiga cisterna e da mesquita vermelha. Tudo isto está bastante consumido pelo tempo, mas dá para imaginar como teria sido a vida aqui noutros tempos.
Depois passamos pela Igreja da Santíssima Trindade, no exterior das muralhas. É um pequeno edifício aninhado na encosta poente do castelo. Ao contrário dos anteriores, este edifício está ainda em pleno funcionamento e muito bem preservado, mas não conseguimos visitar o interior porque a porta está trancada por um cadeado.
Voltamos à parte central do bairro do castelo, onde há casas de habitação e uma vida presente. Passamos pelo museu Onufri, o museu nacional iconográfico, dedicado à arte bizantina e à iconografia. Depois deambulamos pelas ruas do castelo, passando por várias Guesthouses e restaurantes. Um dos restaurantes mais conhecidos é o Antipatrea, vá-se lá saber porquê!
Descemos do castelo e fomos visitar as ruas estreitas de empedrado do bairro Magalem, mesmo aqui junto ao hotel. Deixamo-nos perder pelo emaranhado de ruas e foi uma ótima oportunidade para desfrutar desta arquitetura tão típica. Estamos no coração da cidade, e em cada equina está o pulsar de uma nova descoberta! Neste bairro está situado o restaurante que figura no topo da lista das recomendações do Trip Advisor. Chama-se “Homemade Food Lili” e trata-se nada mais nada menos, como o nome indica, da casa da Lili. Por fora é uma casa normalíssima. Pena que ainda não sejam horas de almoço, porque se não era aqui que íamos tomar a nossa refeição hoje.
Seguimos até à beira rio e atravessamos a ponte Gorica que dá acesso ao bairro com o mesmo nome na margem oposta do rio Osum. Este é outro dos bairros típicos da cidade, mas tem um ar mais descuidado que o anterior (Magalem) e menos convidativo a turistas. Mas já que estamos aqui, não vamos perder a oportunidade da visita. À beira rio há um grande movimento de gente no comércio local, mas à medida que vamos entrando pelas ruas do bairro, tudo fica mais calmo e faz-se um bom passeio pela arquitetura do bairro. Também há a registar que deste lado da cidade se conseguem as melhores fotografias do bairro de Magalem.
Depois atravessamos o rio pela pequena ponde pedonal que fica junto à boulevard Republika. Agora de dia já conseguimos desfrutar do grande parque verde Osumit. Ao fundo do parque está o hotel Tomori e a biblioteca de Berat. A avenida estende-se por quase 2 Km até ao estádio Tomori, a Sudeste, mas nós ficamo-nos pela praça central, no final do parque, onde instalaram umas barraquinhas de petiscos para a época festiva do ano novo.
Por fim, regressamos ao hotel, onde deixamos o carro estacionado e prosseguimos a nossa viagem de regresso à capital. Despedimo-nos de Berat já com um sentindo nostálgico, ou não fosse esta uma cidade carregada de história.
A viagem de regresso a Tirana é longa, pois optamos por um itinerário junto à costa do mar Adriático. Não podemos deixar a Albânia sem ver o mar e daí a nossa opção. Pelo caminho paramos numa estância balnear junto à cidade de Durrês. Esta cidade fica a 40 Km de Tirana e é o principal porto do país. Não chegamos a entrar na cidade, pois paramos numa das zonas balneares que se aglomeram junto ao mar. É uma zona de prédios enormes espalhados ao longo da praia, tanto hotéis como complexos de apartamentos. Ainda não tínhamos visto nada assim por estes lados da Europa. Faz lembrar um pouco a praia de Quarteira, mas numa extensão maior e com mais prédios e bem maiores. Parece que o gosto pela praia não escolhe culturas nem lugares! Estacionamos o carro junto a um hotel que parece estar praticamente às moscas, não estivéssemos em janeiro. Imagino que no verão o cenário será certamente o oposto. A praia fica a 50 metros e por momentos voltamos a sentir o cheiro do mar! Já andamos à muito tempo pela montanha e a saudade dos ares de casa começa a apertar.
Por agora regressamos a Tirana, mas o Algarve já chama por nós.
Índice
- Dia 1 – Tirana, Albânia
- Dia 2 – Estrada de montanha
- Dia 3 – Chegada ao Kosovo
- Dia 4 – Prizren
- Dia 5 – Pristina e Escópia (Skopje)
- Dia 6 – Escópia (Skopje), Monte Vodno, Desfiladeiro Matka
- Dia 7 – Ohrid, Lago Ohrid
- Dia 8 – Berat
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