Agosto 2022
Dia 1
Aterramos no aeroporto internacional de Keflavík cerca das 9:00 da manhã, um dia depois de termos partido de Faro. Keflavík é uma pequena cidade na península de Reykjanes onde está localizado o único aeroporto internacional da Islândia. Fica a cerca de 50 Km da capital Reiquejavique que tem um aeroporto mais pequeno que é utilizado apenas para voos domésticos.
Pelo caminho fizemos uma escala longa em Copenhaga, Dinamarca, onde passamos a noite. Aproveitamos o tempo para fazer um passeio noturno pela capital dinamarquesa e como era fim de semana, as ruas estavam bastante animadas. Visitamos a pequena sereia de Hans Christian Andersen, as casas coloridas de Nyhavn, o Palácio de Amalienborg e pouco mais. Depois ainda descansamos um pouco no aeroporto antes do embarque para a Islândia que sofreu uma hora de atraso. Nada de estranhar nos tempos que correm na aviação civil.
A viagem do aeroporto leva cerca de 45 minutos. Há autocarros diretos, mas como somos 6, apanhamos um táxi que fica mais em conta e leva-nos diretamente para o hotel. Á saída do terminal, o verão islandês recebe-nos de braços abertos com o céu coberto de nuvens e uma chuva como já não víamos à muito. A temperatura não passa dos 10º C. Deixamos para trás os dias escaldantes de um agosto extremamente quente no Algarve. Seguimos apressados para o táxi para fugir à chuva. Pelo caminho, o taxista, um senhor simpático na casa dos 60 anos, conta-nos que aqui o tempo é muito inconstante, mas quase sempre há chuva. Na via rápida que liga Keflavík a Reiquejavique passamos perto do vulcão Fagradalsfjall. O taxista conta-nos que num dia bom, quando o céu está limpo, consegue-se ver o fumo à distância, mas hoje não dá para ver nada. Quando está mau tempo, as autoridades fecham o acesso ao local da erupção aos visitantes. Esperamos que o tempo o permita, pois é um dos pontos principais que queremos visitar.
Chegamos a Reiquejavique ao nº100 da rua Laugavegur, onde fica o nosso hotel. A localização é muito boa, pois fica no centro da cidade junto às ruas das lojas e restaurantes. Ainda é cedo, mas deixam-nos fazer já o check-in em alguns dos quartos para deixarmos as malas. Apesar de estarmos cansados (passamos uma noite quase em claro em Copenhaga) queremos aproveitar o dia para conhecer a cidade. No total vamos passar 2 dias e meio em Reiquejavique. Um dia no início da viagem e os restantes no final.
Lá fora continua a chover, mas rapidamente percebemos que se queremos conhecer este país, vamos ter de ignorar a chuva. Vestimo-nos “a rigor” para a chuva e para o frio e lá vamos nós. Subimos a rua Laugavegur em direção à catedral de Hallgrímskirkja. Claro que vamos parando pelas lojas no caminho, sempre com a desculpa de nos abrigarmos da chuva e do frio. O que vale é que as lojas é só mesmo para ver, porque os preços são astronómicos para as bolsas sul europeias. Aqui não há “dó nem piedade”! Tudo custa uma fortuna, agravada pelo facto de na coroa islandesa os preços serem todos às centenas (à data de hoje 1€=140,50 KR). ~
Paramos numa padaria colorida, a Brauð & Co, no número 16 da rua Frakkastígur, que sobe para a catedral. É uma padaria artesanal que vende pão e bolos tudo com ingredientes orgânicos. Compramos uns bolos de canela e mirtilos fantásticos. Cada bolo custa 550 Kr (aprox. 4€) mas vale cada coroa.

A Hallgrímskirkja é a catedral da cidade e um dos edifícios mais imponentes da capital. Com uma arquitetura arrojada e uma construção a parecer cimento em bruto, é a maior igreja do país e contrasta com a arquitetura modesta da cidade. É por isso um dos pontos turísticos mais movimentados da capital. O interior, esse é bastante modesto, com o cimento como elemento predominante. Não há qualquer tipo de ornamentação até porque se tratas de uma igreja luterana da Igreja Nacional da Islândia, e não de uma igreja católica. Na nave superior, logo na entrada, surge um enorme órgão de tubos que vai até ao teto. Um detalhe curioso! Os bancos da igreja são reversíveis, o que permite que a congregação tanto esteja virada para o altar, ou para o órgão na parte de trás da igreja, conforme a ocasião.

Descemos para a câmara municipal de Reiquejavique. Não que tenhamos algum assunto administrativo a tratar, mas porque se trata de um edifício de interesse arquitetónico e que está aberto ao público, mesmo ao fim de semana. O edifício fica localizado junto a um lago no centro da cidade. Á entrada passamos por uma estranha escultura, o monumento ao burocrata desconhecido. O edifício da câmara é de arquitetura moderna e está construído em parte sobre o lago. No interior dá a ideia de que estamos mesmo dentro do lago. No salão aberto aos visitantes tem uma grande maquete de toda a ilha da Islândia.

O tempo melhorou. Pelo menos parou de chover por instantes e continuamos o passeio agora na direção do porto. Passamos pelo museu de arte em Hafnarhús, nos antigos armazéns do porto. O museu é constituído por 3 edifícios espalhados pela cidade e o bilhete dá acesso a todas as exposições. Decidimos guardar esta visita para o último dia para termos mais tempo.
No porto encontramos um navio madeirense atracado, uma prova de que os portugueses continuam a chegar a todo o lado, como em tempos de outrora. Mas a atração principal do porto nem são os barcos, mas sim o edifício Harpa. Trata-se de um salão de concertos e centro de conferências e obra de arte da arquitetura do vidro. Nas palavras do próprio …
“Harpa is one of Reykjavík’s most striking landmarks and a centre of cultural and social life in the very heart of the city. Harpa is a tourist destination and an award-winning work of art that has been visited by millions of people since opening in 2011.”
Visitamos apenas a parte comercial do Harpa, uma vez que os salões estão reservados aos participantes nos eventos. Num país onde o céu é tantas vezes cinzento, o interior do Harpa é um deleite de luz. Os painéis de vidro coloridos absorvem a luz natural exterior formando diversos padrões.
Seguimos pela marginal até à escultura Sun Voyager. Trata-se de uma escultura de um barco viking feita em 1990 sobre granito e junto ao mar, em aço inoxidável, da autoria de Jón Gunnar Árnason.
Subimos novamente à rua Laugavegur e à arquitetura tradicional. As casas nesta parte mais antiga da cidade são todas mais baixas, com dois pisos e de construção em madeira simples. O que torna as casas únicas é a cobertura em aço ondulado de diversas cores. Este tipo de cobertura protege os edifícios de madeira dos elementos agressivos, prolongando a sua vida útil por muitos anos e dá-lhes um ar mais “charmoso”. Estes edifícios são tradicionalmente pintados em cores vivas que ajudam a iluminar a escuridão nos dias escuros do inverno (sobre esta arquitetura ver um artigo interessante aqui). Quando recebem a luz do sol, esta reflete no metal provocando um efeito de brilho.

Hoje definitivamente não vamos ver o brilho do sol! Depois do passeio pela cidade regressamos ao hotel para um merecido descanso.
Índice:
- 1 – Reiquejavique
- 2 – The Golden Circle
- 3 – Parque Nacional Skaftafell
- 4 – Parque Nacional do Glaciar VatnajökullIceland
- 5 – Seyðisfjörður
- 6 – Desfiladeiro Stuðlagil e Lago Mývatn
- 7 – Húsavík e Akureyri
- 8 – Siglufjörður
- 9 – Vulcão Fagradalsfjall e Lagoa Azul
- 10 – Península de Snaefellsnes
- 11 – Regresso a Reiquejavique
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