Iceland Road Trip – Húsavík e Akureyri

Agosto 2022

Dia 8

Húsavík é uma pequena cidade no norte da Islândia, em tempos um dos principais centros baleeiros do país. Se em tempos as baleias foram alvo da caça desmedida, hoje são a principal atração turística da região. Na cidade existem vários operadores turísticos que oferecem passeios de barco para ver as baleias. O plano para hoje é escolher um destes passeios e tentar a sorte de vermos algumas baleias. Segundo nos dizem por aqui a probabilidade de encontrarmos baleias é superior a 90%, por isso ser tão popular entre os visitantes. Os tours da parte da manhã já estão todos esgotados, por isso marcamos para o fim da tarde, que é o único disponível dentro do orçamento que temos previsto. Assim aproveitamos a manhã para passear pela cidade e para irmos ao Geosea, umas piscinas/SPA de banhos geotermais.

A cidade de Húsavík é muito pequena e para além da igreja em madeira no centro da povoação, pouco mais tem para ver, para além de restaurantes e operadores turísticos. Existem ainda alguns parques, mas já ficam um pouco mais afastados do centro. Seguimos para o Geosea que fica na costa junto a um dos faróis da região. Os faróis aqui na Islândia são sempre coloridos. A cor mais comum é o laranja vivo, mas este por acaso é de cor amarela. Deve ser para se destacarem melhor nos dias cinzentos, que são a maioria dos dias do ano.

O complexo Geosea é um conjunto de piscinas termais que são alimentadas com água proveniente de dois furos, um localizado junto ao Farol e outro junto ao porto de Húsavík. Não há necessidade de usar nenhum agente ou equipamento de limpeza, porque o fluxo constante de água dos furos, entre as piscinas e o mar garante que a água permaneça limpa e a uma temperatura entre os 38°-39°C. O Geosea não é tão conhecido como o famoso Blue Lagoon, até porque fica numa zona mais remota onde nem todos os turistas vêm. É mais pequeno e as águas têm diferentes propriedades. As vistas, no entanto, são únicas, porque as piscinas estão localizadas mesmo na margem da encosta. Ao longe avistamos os barcos que levam os turistas para ver as baleias. Imaginamos o frio que eles devem estar a passar neste mar tão agreste enquanto nós estamos aqui a relaxar nesta água fantástica.

Este é um lugar encantador que merece ser desfrutado a cada minuto. Volta e meia temos de sair da água para refrescarmos e voltarmos a ter alguma energia no corpo. Mas tudo acontece num movimento muito rápido porque fora da água está muito frio, ainda para mais acompanhado de um vento cortante. É uma manobra de coragem só ao alcance dos mais audazes. Pedimos uma bebida no bar da piscina, onde a água está mais quente, para refrescarmos o interior. Por aqui ficamos algumas horas a desfrutar e não fosse termos marcado o passeio das baleias, mais tempo ficaríamos.

Voltamos ao porto de Húsavík à hora marcada para embarcamos para ver as baleias. Estranhamos ser os únicos passageiros junto ao barco que nos indicaram. Passado algum tempo de espera, uma jovem da empresa turística vem informar-nos que afinal o passeio foi cancelado, porque o mar está muito agitado e também porque os barcos que saíram de manhã não conseguiram encontrar baleias. Para não defraudar os turistas preferem cancelar o passeio e devolver o dinheiro. Ficamos com pena porque era uma das coisas que queríamos muito fazer aqui na Islândia. Mas por outro lado, compreendemos que é preferível assim, do que gastarmos o dinheiro para fazermos apenas um passeio de barco.

À saída de Húsavík paramos num supermercado para abastecer os mantimentos e retomamos a viagem, desta vez pela estrada N85. A próxima paragem é a cascata Goðafoss. Tem uma altura de 12 m e uma largura de 30m, e transporta a água do rio Skjálfandafljót proveniente do glaciar Vatnajökull. Fica mesmo à beira da estrada por isso é uma paragem muito popular na Ring Road (N1).

Dai seguimos para Akureyri, a capital do norte da Islândia e uma das maiores cidades do país. A cidade está localizada nas margens do fjord Eyjafjörður. Como vimos do lado oriental, passamos pela ponte junto ao aeroporto na entrada da cidade. Aqui já encontramos movimento semelhante ao que tínhamos visto em Reiquejavique. Estacionamos as caravanas e vamos dar um passeio a pé pelo centro da cidade. Rapidamente encontramos a rua das lojas para regozijo das senhoras que já tinham saudades de umas “comprinhas”. Depois subimos as escadarias da Akureyrarkirkja (www.akureyrarkirkja.is), a igreja catedral que fica no centro da cidade. Mais uma vez a igreja estava fechada, por isso temos de nos contentar com a vista exterior. Em termos de construção é semelhante à catedral de Hallgrímskirkja em Reiquejavique, mas mais pequena.

Depois de passearmos um pouco pelo centro de Akureyri, a noite começa a chegar e o frio volta a “apertar”. Regressamos às caravanas para nos fazermos de novo à estrada. O nosso próximo destino é a cidade mais a norte em que vamos estar na Islândia que dá pelo nome de Siglufjörður. Para lá chegarmos saímos novamente da Ring Road (N1) e seguimos primeiro pela N82 e depois pela N76. Neste último troço encontramos um conjunto de túneis onde só existe uma faixa de rodagem, mas onde o trânsito flui em ambos os sentidos. No meio dos túneis tem algumas zonas de encosto para o caso de virem carros no sentido contrário. É surreal! O que nos vale é que à hora a que passamos, já noite dentro, não há praticamente movimento.  Chegamos a Siglufjörður debaixo de chuva e o parque de campismo fica mesmo no centro da povoação. Não há muito que enganar.

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