Iceland Road Trip – Regresso a Reiquejavique

Agosto 2022

Dia 12

Hoje voltamos à capital e ao mesmo hotel onde ficamos no início, no nº100 da rua Laugavegur. Deixamos as senhoras no hotel, junto com as bagagens e seguimos, eu e o Joel, para o aeroporto para irmos entregar as caravanas. Com todos os procedimentos na rent-a-car, mais a viagem de regresso de autocarro, só regressamos a Reiquejavique a meio da tarde.

Regressados à cidade fomos todos fazer um passeio pela marginal até à casa Höfði, um marco histórico da cidade, construída em 1909. Inicialmente, era a residência do cônsul francês na Islândia e mais tarde de Einar Benediktsson, poeta e homem de negócios. Em 1958, foi comprada e restaurada pela cidade de Reykjavík. Atualmente, a residência é utilizada principalmente para acolher cerimônias de estado. A casa ficou famosa mundialmente, devido ao facto de em 1986, ter recebido uma conferência que reuniu Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev, e que seria o primeiro grande passo para o fim da Guerra Fria. Em frente à casa, junto ao mar, está um bonito farol amarelo. Aqui na Islândia os faróis têm sempre cores vivas, sendo a mais frequente a cor de laranja. Todos os dias emite um raio de luz no horizonte, como que apontar o caminho para a paz! E como precisamos tanto dessa luz nos dias que correm …

Subimos um pouco para a avenida Borgartún, naquela que parece ser uma das artérias do centro financeiro de Reykjavík. Aqui as casas típicas forradas a zinco dão lugar prédios e alguns arranha-céus envidraçados, um sinal dos tempos modernos e da alta finança. Aliás essa tem disso a principal área de negócios da Islândia e o motor da sua economia. Não é apenas do turismo e da energia geotérmica que se desenvolve um país com este nível e qualidade de vida.

Dia 13

Hoje é o nosso último dia na Islândia, mas ainda vamos aproveitar para ver algumas coisas na cidade, nomeadamente o museu de arte de Reiquejavique. O museu é constituído por três edifícios em locais distintos da cidade: o Hafnarhús, num antigo armazém do porto oferece um programa progressivo de exposições com artistas contemporâneos locais e internacionais; o Kjarvalsstaðir, acolhe as obras de um dos artistas mais influentes e reconhecidos da Islândia, Jóhannes S. Kjarval; e o Ásmundarsafn, onde o escutor Ásmundur Sveinsson (1893–1982) trabalhou e viveu, e que alberga agora muitas das suas obras.

O bilhete de entrada no museu dá acesso aos três locais. Começamos pelo Hafnarhús onde visitamos uma exposição muito interessante do artista islandês Erró (n. 1932), um artista muito importante no cenário da pop arte internacional. As suas obras arrojadas despertam a curiosidade dos visitantes. Era para nós um artista desconhecido e foi uma agradável surpresa. Diria até que a sua obra estava muito à frente para a sua época, como aliás é apanágio dos grandes artistas. Percebemos que muitos dos artistas da pop arte vieram beber muita da sua inspiração a Erró, que foi o pioneiro desta expressão artística na europa.

No museu Kjarvalsstaðir conhecemos a obra do artista Kjarval, um renomeado artista islandês, que foi mentor de Erró e que marcou muito o seu trabalho. No fundo ambas as coleções estão ligadas indiretamente. Já não tivemos tempo para visitar o museu de escultura Ásmundarsafn, que já fica um pouco mais afastado do centro da cidade.

Regressamos ao centro debaixo de uma chuva tremenda para almoçar. Fomos comer o “tradicional” Fish&Chips. No restaurante que escolhemos fomos agradavelmente atendidos por uma jovem portuguesa que estava a trabalhar na Islândia à cerca de um mês.

Depois do almoço regressamos ao hotel e apanhamos o táxi para outro hotel em Keflavík. Ligamos ao mesmo taxista que nos trouxe no primeiro dia, que nos vem apanhar à porta do hotel, onde nos deixou há 13 dias. Como amanhã o nosso voo sai cedo, vamos ficar já próximo do aeroporto para ser mais fácil o transfer. O taxista, já nos seus sessenta e qualquer coisa anos, vai conversando comigo durante a viagem. Agora que já somos “velhos conhecidos” podemos conversar abertamente. Conta-me que amanhã de madrugada vem trazer um grupo de turistas que vão para a Gronelândia para fazer filmagens para a National Geographic. Ele depois vai ter com eles mais tarde à Gronelândia para os levar de helicóptero com o seu equipamento para a montanha. Sim, o taxista, é também piloto de helicópteros! Quem diria …. Diz-me que tem o seu helicóptero estacionado em Nuuk, na Gronelândia, porque é mais barato do que tê-lo aqui na Islândia. E que para além disso a aeronave é muito grande (leva passageiros e carga) e para isso precisava de uma licença especial para poder voar aqui em Reiquejavique. Por isso é que ele não faz serviços para turistas aqui, como tantos outros que vemos no ar, em particular a sobrevoar a zona do vulcão Fagradalsfjall. Conta-nos que tirou a licença de voo nos EUA e que costumava voar muito pelo Canadá também. Que curiosidade esta que descobrimos no último dia …. Fiquei com o seu cartão. Quem sabe numa próxima oportunidade nos possamos encontrar, ou aqui ou talvez na Gronelândia.

A viagem para Keflavik é toda debaixo de chuva e deixamos a Islândia como a encontramos, molhada e agreste. Não fora ser agosto e estaria gelada e agreste, daí o nome que lhe deram “Terra do Gelo” (Iceland).

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