Iceland Road Trip – Siglufjörður

Agosto 2022

Dia 9

Siglufjörður é uma pequena povoação localizada num fjord no norte da Islândia, numa zona remota que pouco interesse tem para os turistas. A razão de virmos aqui prende-se tão somente por esta cidade ter sido o “palco” escolhido para uma série da plataforma de streaming Netflix que tem como título “Encurralados”(Trapped em inglês) lançada em 2015 (nota: já em 2022 saiu a série Entrapped com os mesmos personagens e filmada no mesmo local). A história da série passa-se mesmo nesta pequena povoação, não se trata de uma localização inventada. Como gostamos bastante da série, tivemos curiosidade em vir visitar este canto remoto da ilha.

Quando nos levantamos de manhã ainda continua a chover. Entretanto o responsável do parque chega para fazer a limpeza e receber o pagamento dos campistas que chegaram mais tarde como nós. É um islandês muito simpático. Perguntamos sobre a tal série da Netflix. Conta-nos que filmaram tudo em duas semanas e mostra-nos alguns dos locais que foram utilizados para cenários da série. Um desses cenários foi o hotel Sigló, um edifício em madeira que surge tantas vezes ao longo da série, pois era o alojamento de alguns dos personagens, mas também serviu de alojamento a todo os atores e staff da série.

Antes de irmos passear, decidimos fazer uma extravagância. Vamos tomar o pequeno-almoço fora! Encontramos uma pastelaria de esquina, a Aðalbakarí com uns pães e bolos de regalar a vista. Fazemos o pedido e quando vimos para a mesa, um rapaz do staff vem ter connosco. Como nos ouviu falar português, dirige-se a nós também na língua de Camões. Ele é grego, mas esteve algum tempo em Portugal em Erasmus. Viveu e estudou em Coimbra e há lá sitio melhor para aprender o Português!!! Que coincidência engraçada! Está aqui a trabalhar a alguns meses. Terminado o pequeno-almoço, quando nos despedimos dele, oferece-nos uns bolos da casa e deseja-nos boa viagem. A simpatia mediterrânica encontrou-nos num dos locais mais remotos e improváveis da europa.

Cá fora continua a chover, por isso damos uma volta apressada pelo centro de Siglufjörður e regressamos ao parque de campismo onde estão as caravanas. Á saída, paramos no hotel Sigló para visitar o interior requintado e aconchegante. Talvez numa próxima visita passaremos aqui a noite. Apesar da chuva e ao contrário da série da Netflix, não ficamos encurralados em Siglufjörður. Deixamos a povoação para trás e seguimos pela estrada N76 que já faz parte do caminho da costa do Ártico. É uma estrada pitoresca que percorre todo o fjord com altos e bajos em colinas acentuadas sempre com vista para o mar. Passamos por vários faróis, quase todos cor de laranja.

Na pequena povoação de Hofsós, um pouco mais à frente, visitamos a a igreja Grafarkirkja. É a igreja de relva mais antiga da Islândia. Partes da atual igreja de relva datam do século XVII. Antigamente, os islandeses viviam em casas de relva e as igrejas eram feitas de relva também. Atualmente, apenas existem um punhado de igrejas de relva na Islândia. Trata-se, portanto, de um tesouro nacional. Só conseguimos visitar o exterior porque está fechada. Só devem abrir para ocasiões especiais.

Decidimos voltar a Akureyri para visitarmos a “Casa do Natal”. Trata-se de uma pequena quinta onde se vendem efeitos de Natal de todos os tipos que possamos imaginar e uma das paragens turísticas obrigatória da região, segundo dizem. Fica muito próximo da cidade de Akureyri, mas na véspera quando passamos na cidade já estava fechada. O desvio ainda é grande porque temos de voltar para trás cerca de uma hora viagem até Akureyri, mas achamos que a Nikky, em particular, vai gostar. A quinta é formada por várias casas temáticas decoradas com temas natalícios e até tem a roupa do pai natal pendurada num estender a aproveitar o sol para secar. Também tem uma loja de produtos locais e uma torre com um calendário do advento gigante. A loja principal tem dois pisos cheios de traquitanas para o Natal. Aqui não falta nada. Há decorações para todos os gostos e para todas as bolsas (recheadas). Afinal de contas estamos na Islândia! Depois de anteciparmos o Natal para agosto, voltamos à estrada.

À saída de Akureyri, paramos num parque de merendas junto ao rio para almoçar. Temos de aproveitar o sol para apanhar um pouco de vitamina D. Levamos os fogões e a comida para uma mesa mesmo à beira do rio. Enquanto se prepara refeição, aproveitamos para lançar o drone rio acima para ver as vistas.

Enquanto percorremos a Ring Road (N1) para Oeste, vindos de Akureyri, a Marisa verifica que amanhã dá previsão de bom tempo e que o sítio do vulcão Fagradalsfjall está aberto ao público. Depois de amanhã já volta a dar chuva e o mais provável é que voltem a fechar o acesso ao vulcão. Fazemos uma paragem na pequena cidade de Blönduós, na baía de Húnaflói, onde uma igreja moderna nos chama a atenção. A Blönduóskirkja é um edifício circular de arquitetura moderna situado junto à estrada. Chegamos já ao por do sol, o que lhe dá um brilho especial. Aqui tomamos a decisão de anteciparmos a visita ao vulcão para amanhã, pois pode ser a última oportunidade que vamos ter. Mas para isso é preciso irmos dormir já muito perto de Reiquejavique, para podermos chegar ao local do vulcão amanhã de manhã cedo. O problema é que estamos a 250 Km da capital (cerca de 3 horas de viajem) e hoje já fizemos 330 Km desde Siglufjörður. Mas vamos ter de fazer o esforço se queremos ter hipótese de ver o vulcão em erupção. É um esforço conjunto, por uma causa maior (e única)!

A primeira tentativa que fizemos para pernoitar foi no parque de campismo de Borgarnes, uma cidade a 75 Km de Reiquejavique. Mas o parque (se é que se pode chamar assim) não tem grandes condições, e por isso decidimos continuar um pouco mais para a frente e ir dormir já num parque à entrada de Reiquejavique.

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