Outubro, novembro 2022
Dia 5
No primeiro dia que passamos em Varadero, optamos por ficar a descansar e a fazer praia no resort. Acordei de manhã cedo e aproveitei para ir dar uma corrida ainda pela fresca. O nosso hotel fica sensivelmente a meio da península de Varadero que tem um comprimento de cerca de 20 Km. Fui pela Avenida Las Américas, que é a estrada interior que passa por todos os hotéis na parte centrar da península. Depois cortei para a Autopista Sur, a estrada que atravessa toda a península. A zona onde estamos é a mais estreita da toda a península, por isso consegue-se ver o mar de ambos os lados. Do lado Sul não tem praias. É a Baía das Cárdenas.
Depois de tomarmos o pequeno almoço fomos até à praia. As águas cristalinas e quentes do Caribe são sempre um bom atrativo para o descanso. O resort Iberostar Bella Costa fica mesmo em cima da praia, por isso é muito fácil “comutar” entre a praia e a piscina. Nós preferimos a praia.
Dia 6
No segundo dia decidimos ir passear pela península no autocarro turístico. É uma boa opção para passear, porque compramos o bilhete para o dia todo e podemos entrar e sair as vezes que quisermos. É um autocarro de dois andares que para em vários pontos de Varadero, normalmente perto dos hotéis. Na parte da manhã fomos até à extremidade mais longe da península e visitamos a marina de Varadero. É uma zona agradável com várias lojas e restaurantes e hotéis, claro. É pena não haver muito movimento e talvez por isso há algumas lojas fechadas.
Da marina voltamos a apanhar o autocarro e começamos a descer a península. A nossa próxima paragem é no Plaza América, um shopping moderno totalmente direcionado aos turistas. O shopping tem acesso direto à Playa Las Américas, de onde herdou o nome. É uma praia muito agradável localizada entre dois hotéis do grupo Meliá e perto da famosa mansão Xanadu, ou mansão DuPont (https://varaderogolfclub.com/the-xanadu-mansion/), que atualmente é um Clube de Golf e Hotel.
Depois de nos refrescarmos na praia e de passearmos um pouco à beira mar, fomos dar uma vista de olhos a um mercado de artesanato situado entre a praia e o shopping. O movimento de turistas é muito pouco, até aqui. Demos uma volta ao shopping e voltamos à paragem para apanhar o próximo autocarro. Passam de 20 em 20 minutos, mais ou menos, por isso nunca temos de esperar muito tempo.
Deixamos a Plaza América e seguimos até ao centro de Varadero, ou seja, à cidade propriamente dita, que fica logo à entrada da península. Descemos no mercado de artesanato, no cruzamento da Avenida 1ª com a rua nº 16. Há vários mercados de artesanato aqui no centro, mas todos acabam por ter quase as mesmas coisas, já que é tudo fabricado em massa. Portanto de artesanato tem pouco! Fizemos algumas compras e depois seguimos a pé para cima pela Avenida Primeira.
À medida que vamos andando, vemos vários restaurantes e cafés com bom aspeto, mas ou estão fechados, ou estão abertos e vazios. Os que resistem têm à porta um quadro de giz com o que há para vender. A maior parte deles só tem café expresso e café americano! Dá dó ver tanto estabelecimento vazio e nada para vender. Onde se vê ainda algum movimento é nos vários mercadinhos de artesanato. Visitamos todos e lá fomos comprando algumas coisas.
No parador fotográfico aproveitamos para registar a nossa passagem por Varadero e depois disso fomos até à praia. Demos mais uns mergulhos para nos refrescarmos, antes de continuarmos o passeio pela cidade. No Centro Comercial Hicacos encontramos um pequeno café ao estilo Starbucks, o Cafeccino Varadero. O interior tem uma decoração moderna, ao estilo das grandes cadeias de fast food e com ar condicionado. Pela primeira vez encontramos gelados, frapés e cappuccinos à venda aqui em Varadero. Depois passamos pela Bodeguita Del Medio (versão Varadero), mas desta vez fomos tomar algo a outro dos espaços famosos cubanos.
O El Floridita fica na Avenida 1ª, no cruzamento com a rua 51. Em Havana não conseguimos ir ao Floridita porque estava fechado quando passamos por lá. Mas dizem que é outros dos locais imperdíveis de La Habana para quem é apreciador de cocktails. Se a Bodeguita é famosa pelos mojitos, o Floridita é famoso pelos daiquiris. Como não bebemos álcool, ficamo-nos por uma limonada. No balcão tem uma escultura de Hemingway a beber o seu daiquiri e há várias fotos de gente famosa nas paredes. A decoração muito simpática, a fazer recordar o glamour de outros tempos!
No Parque Josone, uma grande zona verde no centro de Varadero, encontramos um lago onde se pode andar de barco. São uns pequenos barcos de recreio que se pode alugar para passear pelo lago, por baixo das pequenas pontes de madeira. É uma zona muito agradável onde se pode desfrutar de um ambiente mais natural, sem ser a praia.
Ao lado do parque, na Avenida 1ª, no cruzamento com a rua 59, fica o bar dos Beatles. Não há relatos de que os quatro famosos de Liverpool alguma vez tenham estado aqui em Varadero. No entanto não deixa de ser uma digna homenagem a uma das bandas mais icónicas da música Pop/Rock. Na entrada tem uma escultura dos quatro Beatles, semelhante aquela que está em Liverpool. É um bar com música ao vivo, onde se pode assistir a covers dos Beatles. É um espaço muito agradável, com uma esplanada e com muitos artigos de memorabilia no interior. Quando chegamos está uma banda a ensaiar, com alguns lampejos de músicas famosas, daquelas que todos conhecemos.
Terminamos o passeio na Boulevard Varadero, uma zona de restauração que fica no final da cidade. Tem vários restaurantes para todos os gostos, incluindo opções asiáticas, mas está com o mesmo ambiente que o resto dos estabelecimentos em Varadero, vazio e sem alma. Parece que o tempo parou por aqui, talvez por causa da pandemia de COVID-19, mas depois ninguém voltou. Dá pena ver tantos espaços interessantes sem ninguém, mas esta é a realidade atual em Cuba.
O dia já vai longo e caiu a noite. Ao que parece o autocarro turístico já não circula depois das 18:30, contrariamente ao anunciado. Acabamos por apanhar um táxi de volta ao hotel. Escolhemos um táxi clássico, um Chevrolet descapotável de 1959, bem ao estilo “cubano”. O motorista conta-nos que o carro tem um motor fabricado pela Mercedes (Ssangyong) e uma transmissão da Ford. A pintura está impecável. Os assentos espaçosos, mas parecem de um salão de festas. Do modelo original só resta o chassi e a carroçaria, mas é assim que estas máquinas vão sobrevivendo em Cuba. Regressamos ao hotel em estilo, numa viagem no tempo aos anos 50. Um tempo em que Cuba era muito diferente daquilo que é hoje.
Dias 7 e 8
Nos próximos dias vamos ficar pelo resort a descansar e a fazer praia. Teremos também oportunidade para refletir um pouco sobre a nossa visita a este país, e nas razões que o levam a estar parado nesse tempo longínquo. Cuba é de facto um museu a céu aberto, em todos os sentidos, e daqueles que vale muito a pena visitar.
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