Africa do Sul 2012 – Diário 4 (14 de Agosto)

Dia 14 de Agosto

Esta manhã acordamos ao som da ventania que se fazia ouvir lá fora. Fui à janela e vi as árvores a abanarem como se não houvesse amanhã. Já me tinham avisado de que Cape Town era ventoso, mas assim também é de mais. O vento era tal que temi pelo Citroen C1. Será que aguentaria uma viagem nestas condições?
O que é certo é que nos tivemos de fazer ao caminho. Despedimo-nos dos proprietários que são um casal muito simpático e acolhedores e também do empregado, o Banda, que foi sempre de uma atenção extraordinária. Por nós ficávamos por aqui uma semana, no mínimo.
O nosso itinerário hoje começava em Helderberg. Saímos da praia para a montanha. Quando chegamos a Helderberg ainda andamos algum tempo à procura do colégio. Não quisemos passar as coordenadas para o GPS e depois dá nisto. Mas assim sempre fomos conhecer outras coisas que de outra forma não víamos. Chegamos a Helderberg College  que fica no sopé da montanha. Entramos e o segurança nem nos perguntou nada, como se fossemos gente conhecida. Visitamos a biblioteca, e alguns edifícios da universidade, como o edifício de música e o departamento de teologia. Os edifícios são muito antigos como se tivessem parado no tempo. Estavam a decorrer algumas aulas à porta aberta e pareceram-nos que as turmas eram pequenas. A maior parte das pessoas que vimos no colégio eram de cor escura.
A igreja do colégio estava aberta e foi a melhor parte da visita. Um edifício de traços simples mas tão imponente por fora, como impressionante por dentro. Pena não termos assistido a nenhum serviço, porque com certeza seria algo muito interessante.
Saímos de Helderberg College com o tempo a ameaçar chover.
Próxima paragem: Stellenbosch.
Quando íamos no caminho para Stellenbosch começou a chover e neste dia já não parou. Esta cidade tem uma arquitetura muito própria e é uma cidade toda arranjadinha à semelhança de algumas cidades do centro da Europa. Tem uma das universidades mais importantes da África do Sul. Esta zona é também o centro mais importante de vinicultura da África do Sul, onde estão grandes produtores de vinho. É aliás uma das principais atrações desta zona. Como estava a chover intensamente, acabamos por nem sair do carro e seguimos logo para Franschhoek.
Franschhoek é uma das cidades mais antigas da África do Sul, onde chegaram em 1668 os Huguenotes. Fomos visitar o monumento em memória dos Huguenotes e o museu. É interessante que as ruas de Franschhoek têm nomes franceses e muitas das informações na cidade estão em Afrikaans, Inglês e Francês. Também existem nesta área muitas vinhas, o que deriva da influência dos Huguenotes franceses.
Como a chuva teimou em não parar, pusemo-nos ao caminho para a nossa última paragem do dia: HermanusNo caminho deparamo-nos com um arco íris como já não víamos à muito tempo. Via-se completamente de um ponto a outro. A dada altura estavam quase a formar-se dois. Um fantástico espetáculo da natureza.
Colocamos no GPS a morada do hotel em Hermanus e lá fomos. Quando chegamos à cidade entramos num township e começamos a ver no GPS que o hotel estava muito próximo. Querem lá ver que reservamos um hotel dentro de uma township? Certamente que seria uma experiência interessante! Mas afinal quando chegamos ao ponto marcado não havia hotel nenhum. Só barracas. Coloquei as coordenadas diretamente no GPS em vez da morada e lá fomos parar a uma urbanização ao lado onde estava a nossa Guesthouse. Na África do Sul as cidades são assim. Temos as urbanizações decentes e logo ao lado, por vezes a um muro de distância, está uma township. Mas aqui parece que ninguém se importa. A realidade é mesmo assim.

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