Expedição aos Balcãs 2013 – Dia 3

28/07/2013, domingo

Senj, Novi Vinodolski , Ilha de Krk, Opatija
 
O plano para o dia consiste em subir a costa do Adriático até Opatija, conhecida como a Riviera Croata. Saímos de Korenica passando pelo parquenatural Velebit, numa estrada sinuosa mas compensadora pela sua paisagem. Fizemos a primeira paragem em Senj, onde encontramos um ponto geográfico curioso! Segundo a informação constante nas placas informativas, é um ponto intermédio entre o Equador e o Polo Norte, estando ambos à distância de 5000 Km. Face à situação climatérica que estávamos a viver, sem dúvida de que escolheríamos o polo, onde certamente nos podíamos refrigerar do calor que o sol teimava em nos infligir, mas não quais masoquistas ficamos mesmo por ali a “torrar”.
 
Desde esse ponto avistamos em baixo uma regata que acabava de zarpar do caís que saindo de vento em popa abriam as suas velas balão tonificando as cores do mar turquesa com as velas coloridas de cada embarcação. Descemos e fomos passear à beira mar até ao centro da povoação de Senj. O conceito de beira mar no Adriático é diferente do conceito que utilizamos no Atlântico. Aqui andar à beira mar significa andar a saltar de rocha em rocha, passando por cima dos banhistas que se estendem em qualquer pedaço de rocha mais plana que encontrem, nos passeios de cimento e até nos poucos jardins ou nos bancos de jardim, quando estes existem. Basicamente as pessoas aproveitam qualquer pedaço de chão para estenderem a sua toalha e apanharem banhos de sol. É uma estranha relação de proximidade com o mar, e ao mesmo tempo … com o chão.
 
De seguida passamos por um parque de autocaravanas, em que estas se encontravam a uma distância de 3 metros da água. Alojamento de luxo, portanto! Depois de passarmos algum tempo à beira mar, chegou a nossa vez de escolhermos o melhor lugar para pousarmos a trouxa e ir ao mergulho, a atividade mais apetecível. Como não temos tempo para banhos de sol, não somos muito exigentes e por isso qualquer rocha serve. Num dos locais em que mergulhamos encontramos uma âncora afundada, que se tornou uma espécie de recreio no fundo do mar.
 
Saímos de Senj mais frescos em direção a norte e a próxima paragem foi em Novi Vinodolski, onde paramos apenas para ir às compras no supermercado Lidl. Mas qual o interesse deste momento para que fosse digno de registo!? Pois bem, o supermercado é igual aos que existem espalhados por Portugal e outros países da Europa, como muitos produtos idênticos. A particularidade deste supermercado porém é que nas suas traseiras tem uma marina para pequenas embarcações. Será para facilitar o estacionamento aos clientes? Se a moda pega em Portugal, ainda tenho de comprar um barco só para ir ao Lidl!
Depois da ida ao supermercado, paramos algures pelo caminho, num lugar descoberto totalmente ao acaso, onde encontramos uma torneira e uma bancada com cadeiras onde pudemos preparar o nosso almoço. Hoje decidimos fazer um piquenique. As bancadas fazem parte de um pequeno complexo que não chegamos a perceber de que desporto se tratava. Era um espécie de um ring de futebol 5, mas sem balizas, com umas linhas fazendo lembrar uma piscina! Estranho o que esta gente joga por estas bandas!
 
Depois do almoço partimos para a ilha de Krk, ligada ao continente por duas pontes que atravessam o mar Adriático. Visitamos a população de Malinska e depois Silo, ambas repletas de gente a veranear. Claro que não podíamos deixar de aproveitar para tomas mais uns banhos. Não passamos muito tempo na ilha que é constituída por várias pequenas povoações de veraneio ao longo de toda a costa. A partir de Krk também é possível chegar a outras ilhas, tais como MaliLosinj, que segundo o nosso amigo David Ciplic é a melhor ilha da Croácia, mas aqui a escolha não é fácil. Pena que desta vez não houve tempo. Talvez numa próxima expedição.
 
Deixamos a ilha de Krk em direção a Opatija, aquela que é considerada a Riviera Croata  Se tivesse de resumir em poucas palavras esta cidade, diria que é o Mónaco mais comedido na luxúria e exuberância. É inevitável a comparação com o principado Monegasco, a mesma arquitetura dos edifícios, a mesma organização urbana e o mesmo estilo de vida de luxúria. Há até um grande casino à semelhança de Monte Carlo. No entanto há também uma diferença significativa. Enquanto que no Mónaco o mar parece estar reservado para os barcos luxuosos na sua rede de marinas e ancoradouros, em Opatija o mar ficou para as pessoas. Ao longo de toda a costa da cidade, existem zonas de acesso ao mar (aqui chamam-lhe praias) onde as pessoas desfrutam alegremente daquilo que lhes pertence por inerência. Existem muitas zonas concessionadas de chapéus de praia e espreguiçadeiras pertencentes a hotéis, mas todas de acesso livre. Em algumas zonas chegam a existir minúsculos espaços de areia para as a crianças poderem brincar.
Com o cair da noite a cidade ilumina-se e o movimento nas ruas acentua-se. A diversidade de atividades é imensa com animação de rua por vários “street perfomers”, musicais da Broadway nas esplanadas de hotel, opera na esplanada, cinema ao ar livre e ainda alguns persistentes que continuam a divertir-se dentro de água. 
 
E assim é Opatija… onde o mar pertence às pessoas.

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